As medidas protecionistas do presidente Donald Trump já afetam diretamente o comércio bilateral com o Brasil. Um levantamento da Câmara de Comércio Brasil-EUA mostra que cinco dos dez produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos tiveram queda expressiva entre janeiro e maio deste ano.
O impacto é atribuído ao chamado “tarifaço” -- pacotão de aumentos tarifários, com alíquotas que chegam a 50% -- somado à concorrência de países que têm acesso preferencial ao mercado americano, como Canadá e México.
Entre os produtos mais atingidos estão:
- Óleo combustível: queda de 28% no acumulado do ano e 50,5% só em maio;
- Celulose: redução de 15,2% no valor exportado no período;
- Semiacabados de aço: retração de 16,4%;
- Ferro-gusa: queda de 7,3% em valor;
- Equipamentos de engenharia: recuo de 30%.
Outros itens como motores, açúcar e madeira também registraram baixas expressivas.
Embora o total das exportações brasileiras para os EUA tenha subido 5%, somando US$ 16,7 bilhões no período, o Brasil acumulou déficit comercial de US$ 1 bilhão, já que as importações americanas cresceram ainda mais: 9,9%.
A Câmara aponta que parte dos embarques de aço agora é redirecionada ao México, sinalizando uma real perda de mercado nos EUA. A elevação de tarifas sobre o aço brasileiro para 50%, em vigor desde 4 de junho, tende a agravar a situação nos próximos meses.
Setores estratégicos da indústria nacional estão entre os mais vulneráveis. Apesar disso, alguns produtos mantêm bom desempenho, como carnes bovinas (alta de 196%), sucos (96%), café (42%) e aeronaves (27%). Esses segmentos, segundo a Câmara, ainda conseguem sustentar a competitividade apesar das novas barreiras tarifárias.
*Com informações do Uol e DCM
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