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Histórico

 

Uma emissora que ao completar 70 anos de fundação, em 2017, se transformou em um marco para o município de Pirajuí; um verdadeiro patrimônio histórico local que além do seu compromisso com a evangelização, ainda desenvolve um importante trabalho social beneficiando um grande número de gestantes carentes. Este é um breve retrato da Pirajuí Rádio Clube.

A Rádio Pirajuí – como era conhecida no início - foi autorizada a funcionar em 1946 e a concessão foi dada ao Dr. Paulo Machado de Carvalho, proprietário da Rede de Emissoras Unidas, uma cadeia de rádio da qual faziam parte a Rádio Record, a Pan Americana, Rádio São Paulo, Rádio Guarujá, Rádio Paulista e a Rádio Bragança. A torre de transmissão foi erguida na propriedade do produtor rural Celestino Gonçalves, nos altos da Vila Abel. O estúdio funcionava no prédio onde hoje se encontra a loja Agropeck Miaki, na Rua Nove de Julho.

Apesar de ganhar concessão para funcionar já a partir de 1946, foi somente em 25 de janeiro de 1947 que a emissora iniciou oficialmente as suas transmissões.

O slogan inicial da Rádio Pirajuí foi “A Emissora da Capital do Café” e os seus primeiros programas chamaram-se: “Desfile T-6” e “Programa Social”. A rádio ficou pouco tempo na rua Nove de Julho, sendo que após alguns meses se mudou para o andar superior do antigo Bar Jacinto, na rua 13 de

Maio. Mas com a venda desse prédio, que ocorreu alguns meses depois, a emissora passou a funcionar de maneira provisória na Sede Cristo-Rei.

Apesar de pertencer a uma rede de emissoras de rádios, a Rádio Pirajuí não recebia a devida atenção da diretoria. Diante dessa situação, no final da década de 1950, a Diocese de Lins, que sonhava ter  muito uma emissora de rádio, deu autorização para que a  Paróquia São Sebastião de Pirajuí, comprasse a Rádio Pirajuí do grupo “Emissoras Unidas”.

A Paróquia de São Sebastião ficou com 70 por cento das ações e os outros 30 por cento foram adquiridos por quatro antigas famílias de Pirajuí. Nesta nova fase, a direção da emissora passou para o padre Francisco de Mira, que chegou em Pirajuí transferido da cidade de Alfenas, Minas Gerais; especialmente para dirigir a emissora. Mas no início dos anos 60, o Pe. Francisco de Mira, retornou  para Alfenas, e assim, a direção da Rádio Pirajuí passou para o saudoso padre Gerardus Lambertus Scheepers, popularmente conhecido por “Padre Godofredo”, que assumiu, na época, a Paróquia de São Sebastião.
Após assumir  a direção da Rádio Pirajuí, Pe. Godofredo, tinha por objetivo  adquirir o prédio localizado na Rua Nove de Julho, onde moravam algumas freiras que cuidavam dos doentes que ficavam internados no antigo hospital e do Externato “Santa Maria (hoje, o atual Colégio Fundamental Prevê).

Esse hospital encontrava-se em péssimas condições de infra-estrutura, vindo a ser demolido, e o seu terreno loteado.

Preocupado com o lugar precário onde a Rádio Pirajuí estava e também querendo que a emissora tivesse o seu próprio prédio, Pe. Godofredo foi conversar com o Bispo Diocesano de Lins, na época,Dom Pedro Paulo Koop, e este, concedeu à rádio, a doação do prédio onde moravam as freiras que cuidavam dos pacientes do antigo hospital e também do externato.

Enquanto ocorriam as reformas do prédio, sob a supervisão do engenheiro e arquiteto, Basílio Bannwart, a Rádio Pirajuí saiu da Sede Cristo-Rei e passou a funcionar na Rua Rachid Cury, ao lado da Elétrica Pirajuí. Hoje, o prédio não existe mais, tendo sido demolido, mas deixou saudades nos corações de muitas pessoas, pois foi naquele espaço que muitos adultos de hoje que foram as crianças de ontem participaram direta ou indiretamente de um programa que se tornou um ícone na história da emissora: “As Mais Belas Histórias Para As Crianças”.

O programa apresentado por Maud Pires Arruda, a “Dona Maud”, reunia nos estúdios da emissora na rua Rachid Cury um grupo de crianças para ouvir por volta das 18H30min conhecidas histórias infantis. As crianças daquela época viajavam e sonhavam com um mundo mágico onde participavam em pensamento de aventuras com Robin Hood, Peter Pan, Branca de Neve e Os Sete Anões, Pinóchio, Alladim, Alli Baba, entre outros. Foi a época em que Sidney Barbosa Lima era gerente da emissora. Sidney dirigiu verdadeiras “lendas” que entraram para a história da rádio devido ao seu talento e profissionalismo, entre os quais podemos destacar Carlinhos Franco, Bauer e a própria Dona Maud.
Finalmente em 1974, após a conclusão das reformas do antigo prédio onde moravam as freiras, a rádio se mudou para o novo endereço onde se encontra até hoje, na rua Nove de Julho, 666.
Devido aos compromissos paroquiais do padre Goodofredo que não podia ficar o tempo todo na rádio e também com a saída de Sidney Barbosa Lima, que respondia pela gerência da empresa de radiodifusão, optou-se pela contratação de uma outra pessoa para assumir o posto que ficou vago. Assim, foi convidado para a gerência da empresa o Sr. Francisco José Bannwart, o saudoso “Chiquito Bannwart”, que também deixou o seu nome escrito nos anais da Rádio Pirajuí.

Foi Chiquito que fez com que a emissora ingressasse na era das cartucheiras e dos gravadores de fitas magnéticas – os populares ‘gravadores de rolo’ - dispensando o uso das obsoletas fitas cassetes. Na década de 70, as cartucheiras e os gravadores de fitas de rolo eram considerados equipamentos radiofônicos de última geração, colocando a Rádio Pirajuí no rol das estações de rádios AM melhores equipadas do interior do Estado, apesar da pouca potência: somente 250 watts.

Na década de 70, surgiu uma nova geração de profissionais que substituiu à altura Sidney Barbosa Lima, Carlinhos Franco, Bauer, Dona Maud e outros pioneiros.

A nova geração não ficaria devendo nada para os seus antecessores. Quem não se lembra de Ivo de Luca, o nosso querido e saudoso “Zé Bagunça”; Piter Pereira; Carlos Roberto Moreira; Faria Neto; hoje militando na política em Bauru; Marisa, que foi considerada uma das vozes mais bonitas do rádio em todo o interior do Estado; Jota Rodrigues, que começou apresentando programas sertanejos e depois se tornou um grande comentarista esportivo; Antônio Rodrigues Álvares, um dos melhores sonoplastas que a emissora já teve, além de outros. Esta geração de novos talentos do rádio foi responsável por programas como: “Rádio Notícias”, “Programa Popular”, “CRM Comunicação” e

“Festa na Roça”. Também neste período a nossa emissora iniciaria as suas transmissões de partidas de futebol com uma equipe esportiva formada por Faria Neto, Carlos Roberto e Jota Rodrigues.

Nos anos 80, a crise política e econômica atingiria um grande número de empresas. A recessão daquela época acabaria provocando o fechamento de várias firmas. Neste período, a Rádio Pirajuí passou por um momento crítico, culpa da recessão da época que obrigava os comerciantes a cortarem custos e com isso, as propagandas veiculadas sofreram uma queda acentuada. O diretor da emissora em 1985, padre Agenor Possas e o gerente, Faustino Bannwart, com muito esforço conseguiram driblar a crise econômica e a rádio sobreviveu à tempestade.

Na década de 80, talvez devido a esta crise, surgiram poucos nomes e a geração de 70 continuou a predominar com algumas exceções, entre as quais: José Antônio Moreira que teria sua primeira chance na emissora em 1977 e onde permanece até hoje; Jango Weltman, que teve uma passagem rápida, mas marcante na rádio, José Wilson Martins e Sueli Barbi.

Mas a expressão: “Uma tempestade nunca dura a vida toda” serviu perfeitamente para a Rádio Pirajuí. Se a década de 80 foi problemática para a empresa, os anos 90 trouxeram um novo alento e marcaria, talvez, um dos períodos mais produtivos na história da Rádio Pirajuí. O responsável por esta nova era foi o Pe. José Eraldo Germano da Silva, popularmente conhecido por “Padre Eraldo”. Apesar de adotar uma direção centralizadora, ele revolucionou os padrões da rádio, investindo recursos na sua modernização. Foi durante a sua gestão que a Rádio Pirajuí abandonou definitivamente as cartucheiras e os discos de vinil, ingressando na era dos MDs e aparelhos de CDs, considerados tecnologia de ponta naquela época. Como não bastassem essas mudanças de impacto, ele decidiu comprar uma moderna mesa de som que viria substituir o obsoleto equipamento adquirido nos primórdios da rádio.

Neste período, a emissora experimentava um de seus melhores momentos. Tudo transcorria perfeitamente bem. A emissora havia saído da crise, conquistado novos anunciantes, estava com uma programação que agradava todas as faixas etárias, equipamentos ultra-modernos para aquela época; enfim, tudo parecia perfeito. Mas o destino reservou um novo golpe para a emissora, talvez, o maior golpe de todos aqueles já sofridos ao longo dos seus 62 anos de vida. Um golpe que por muito pouco não decretaria o fechamento da nossa querida emissora.

Em meados dos anos 90, um forte vendaval provocaria estragos inimagináveis no município e a Rádio Pirajuí também seria vítima. Após o temporal, receberíamos um telefonema de que a torre de transmissão da emissora, localizada nos altos da Vila Ortiz não tinha resistido aos fortes ventos e havia caído.

A cena foi chocante, pois ali, no chão toda quebrada e retorcida, não estava somente uma torre metálica mas quatro décadas de história, praticamente uma vida de alegrias, tristezas, lutas e conquistas. Uma vida que só não morreu devido a luta, fé, bravura e persistência do Pe. Eraldo e todos os funcionários da empresa daquele período.

A frase que marcou aquele terrível incidente usada pelo diretor da emissora foi a seguinte: “Não vamos desanimar, porque eu tenho certeza de que uma nova fase, muito mais positiva estará surgindo a partir de agora”. E realmente, isto aconteceu. Poucos dias após a queda da torre, a Rádio Pirajuí já estava novamente no ar, graças a um precário sistema de transmissão, composto por dois postes de madeira, um fio e uma antena caseira simples. O seu sinal era captado somente no centro da cidade e muito mal nos bairros, mas o importante nisto tudo foi que a emissora não morreu; lutou com todos os seus recursos disponíveis e sobreviveu.
A queda da torre serviu como um estímulo para que a Rádio Pirajuí iniciasse uma nova fase em sua vida, como uma Fênix que ressurge das cinzas muito mais bonita e forte do que anteriormente, inteiramente renovada para uma nova vida.

Decorridos poucos meses após o terrível acidente, a Rádio Pirajuí já havia adquirido um novo transmissor e uma moderna torre de retransmissão; além de um terreno maior localizado nos altos do bairro Nova Pirajuí e um novo sistema irradiante. E isto não foi tudo: a emissora aproveitaria a aquisição dos novos equipamentos para também aumentar a sua potência, passando dos 250 para 1.000 watts. Esta alteração fez com que os seus sinais atingissem outras cidades da região. A Rádio Pirajuí mudaria a sua freqüência para 1.260 KHz e ganharia o status de emissora de rádio regional passando a se chamar Pirajuí Rádio Clube

E as mudanças não seriam somente externas, o lema adotado por Pe. Eraldo era: “Já que vamos mexer na casca, aproveitemos para mexer também no miolo”. Com isso, além da aquisição de um novo parque de transmissão, os estúdios da rádio também seriam inteiramente reformados com material acústico apropriado. E para finalizar o ressurgimento da “Fênix”, a Pirajuí Rádio Clube passaria a integrar uma das maiores redes de rádio do País, a RCR (Rêde Católica de Rádio). Nesta nova fase, a emissora passou a funcionar 24 horas, com programação local das 5 às 19 horas. No horário das 20 às 05 horas a rádio começou a entrar em cadeia com a Rede Milícia Sat.

Com a saída de Pe. Eraldo no final da década de 90, ficaria no ar a seguinte dúvida: “será que o crescimento da Pirajuí Rádio Clube ficará estagnado?” Aqueles que pensavam dessa maneira acabaram por se enganando.

Ao deixar a emissora, a Clube – como passaria a ficar conhecida pelos seus ouvintes – viveria mais uma fase de expansão, desta vez tendo à frente um outro padre: Valdecir da Silva Gódi, o “Pe. Valdecir”. Ele continuaria o plano de expansão da rádio iniciado com o seu colega “Pe. Eraldo”. Assim, após os badalados MDs, a Clube entraria definitivamente na era da informática. Os MDs cederiam espaço aos modernos computadores ligados em rêde e a programação passaria a ser totalmente digital. Outras conquistas nesta época foram os microfones profissionais utilizados pelas grandes emissoras de rádio. Mas talvez, a maior contribuição de Pe. Valdecir foi a criação de departamentos com autonomia para tomar decisões importantes. Outras duas importantes contribuições do diretor da época foi a implantação do projeto de evangelização através da música chamado Evangeliza-Show que já dura dez anos, além da implantação de um departamento de jornalismo forte que trabalhasse num esquema profissional.

A Clube entraria no novo milênio bem estruturada e organizada e em 2007 assumiria a direção da Clube, o Pe. Aparecido Cândido, o “Padre Cido” que optou por manter uma direção descentralizadora com a manutenção dos departamentos de Jornalismo e Programação, Comercial, Técnico e Pessoal.

Foi também com o “Padre Cido” que a emissora assumiu a sua postura evangelizadora dedicando mais de 80 por cento de sua programação para a evangelização. Foi na sua gestão que a rádio começou a transmitir os programas “Momento de Fé”, com o Pe. Marcelo Rossi; “Experiência de Deus” e “Fé em Debate”, com o Pe. Reginaldo Manzotti; “Terço da Divina Misericórdia”, com a Regina, Rita e Evandro; “Palavras Que Não Passam”, com o Pe. Zezinho; “Minuto de Reflexão”, com o Pe. Jonas Abib; “Amigos pela Fé”, com  Maria Lúcia Zanardo; entre outros.

Foi ainda com o “Padre Cido” que surgiu a idéia da Pirajuí Rádio Clube trabalhar em sistema de consultoria, seguindo a tendência das grandes empresas do ramo de comunicação. Desta maneira, a ‘família da Clube’ ganharia um novo membro: Francisco Souza, popularmente conhecido por “Kiko” que assumiria o cargo de consultor.

O primeiro benefício gerado por esse novo estilo de gerência foi a implantação de um projeto voltado para a evangelização e a ação social. Este projeto teria duas importantes funções: ajudar a manter no ar os novos programas da linha de evangelização e também ajudar as gestantes carentes, adquirindo o primeiro enxoval para o recém nascido.

Em 2015, Pe. Cido deixaria a direção da emissora para assumir a Paróquia Santa Terezinha em Lins, então a emissora ganharia um novo diretor: Pe. Mauro Sirico dos Santos que já está á frente da direção há dois anos. Pe. Mauro continua priorizando a evangelização através da programação da emissora. Para ele, é muito importante que a rádio se torne um canal cada vez mais forte para a divulgação do evangelho.

 

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