A cidade de São Paulo teve a pior sequência de ataques a ônibus da atual onda de vandalismo. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Urbana Transporte e a SPTrans, estatal que gerencia o transporte público municipal, 59 veículos foram depredados desde a manhã de segunda-feira (7) e até a madrugada desta terça (8).
Ao todo, segundo a prefeitura, as empresas operadoras relataram que 328 ônibus do sistema municipal foram depredados desde o início dos ataques, em 12 de junho. Além da capital paulista, as ações também ocorrem em municípios do ABC Paulista e da Baixada Santista.
"Os atos aconteceram de forma distribuída por todas as regiões da cidade", diz a secretaria municipal.
Questionada sobre sobre o crescimento nos ataques a coletivos do transporte público, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) não respondeu até a publicação deste texto.
Até segunda-feira, quatro pessoas haviam sido detidas por suspeita de depredarem ônibus na Grande São Paulo.
A primeira detenção foi de um adolescente em Cotia, na região metropolitana. No sábado (5), dois homens haviam sido presos em flagrante após danificarem coletivos em Pirituba e Santo Amaro, nas zonas oeste e sul, respectivamente -uma passageira ficou ferida e foi levada para o Hospital Taipas. Seu quadro de saúde não foi informado.
Entre os presos está um homem suspeito de ser o responsável por atirar uma pedra em um ônibus e ferir uma passageira no último dia 27, na avenida Washington Luiz, zona sul de São Paulo. Ele foi detido na noite de domingo (6).
A mulher de 31 anos ficou ferida por estilhaços do vidro quebrado pela pedrada. Segundo a polícia, à vítima teve fraturas em vários ossos da face.
Em seguida, um homem sai do interior do veículo e aguarda o coletivo na avenida. Ele atira uma pedra em direção ao ônibus, volta para o Palio e foge. Uma mulher que caminhava para a Washington Luiz presenciou o vandalismo.
Outra câmera registrou o Palio no trânsito, onde é possível ver a placa traseira.
Em entrevista coletiva na semana passada, o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), afirmou que, por ora, a Polícia Civil descarta a participação do crime organizado nas ações.
As ações criminosas, conforme a Polícia Civil, são coordenadas e, geralmente, acontecem a partir das 22h.
"A Secretaria Municipal de Mobilidade e Urbana Transporte e a SPTrans reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações", diz a prefeitura, em nota.
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