O estado de São Paulo registrou o menor número de focos de incêndio em junho desde o início da série histórica, em 1998.
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no mês passado foram 55 focos de queimadas - até então, a menor marca era a de 2021, com 63 incêndios.
Na comparação com 2024, quando foram registrados 532 focos em São Paulo no mês de junho, a redução foi de 90%.
O mês de junho com o maior número de queimadas foi o de 2003, com 757 focos detectados por satélite, diz o Inpe.
Clima chuvoso, maior umidade relativa do ar e ações de fortalecimento são apontados pela Defesa Civil paulista como responsáveis pela queda em 2025.
Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, na capital paulista, por exemplo, junho terminou com chuvas ligeiramente acima da média. Foram 52 mm de média na cidade, 8,6% acima da média esperada que era de 47,9 mm.
Na cidade, de acordo com o órgão municipal, foram 14 dias com registro de chuva durante o mês.
Os dados contrastam com as queimadas do ano passado, quando o estado bateu recorde de focos de incêndio. Agosto (3.612 queimadas) e setembro (2.522) foram os piores meses registrados pelo Inpe na série histórica.
De acordo com o levantamento do instituto, dos 645 municípios paulistas, 405 tiveram pelo menos um foco de incêndio em agosto de 2024.
Durante o período de estiagem, a operação entra na fase vermelha, com intensificação dos trabalhos.
Segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), outra ação para combater as queimadas foi a criação da Sala SP Sem Fogo, no Centro de Gerenciamento de Emergências do governo, que permite monitorar em tempo real focos de calor, direção do vento e umidade do ar. A estrutura auxilia na previsão de cenários críticos e no acionamento rápido de equipes.
Também foi implementado um sistema de alerta georreferenciado, que envia notificações automáticas sempre que focos surgem próximos a unidades de conservação, permitindo ação imediata das equipes.
Para este ano, a Semil implementou mudanças na legislação ambiental visando coibir queimadas ilegais. As alterações constam em uma resolução publicadas em abril e estabelecem punições mais severas para a utilização irregular do fogo em áreas rurais.
A norma também aumenta a punição para quem provocar incêndios em áreas produtivas ou vegetação sem autorização, com multas de R$ 3.000 por hectare atingido, podendo dobrar em casos mais graves, como incêndios em terras indígenas. A legislação anterior previa autuação de até R$ 1.500 por hectare.
Desde quarta-feira (2), a queima da palha da cana-de-açúcar no estado de São Paulo está proibida, entre 6h e 20h, até 30 de novembro.
Mapas da Defesa Civil em São Paulo mostram que há alerta vermelho para risco de incêndio em municípios do noroeste e norte do estado, como nas regiões de Barretos e Ribeirão Preto para a próxima semana.
Os mapas elaborados pela Defesa Civil mostram os níveis de riscos de incêndios. Há quatro estágios destes avisos: amarelo (baixo); laranja (alto); vermelho (alerta); e roxo (emergência).
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