Aliados do presidente Lula (PT) e representantes de partidos de esquerda e de centro se reuniram na noite desta segunda-feira (15), em um ato em defesa da democracia promovido pelo grupo Direitos Já!, no teatro Tuca, em São Paulo.
Também participaram do encontro o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e integrantes do MDB e do PSDB, partidos que integram a base do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
Afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio tem articulado pela anistia ao aliado no Congresso Nacional e promoveu duros ataques ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes na manifestação de 7 de Setembro na avenida Paulista.
No Direitos Já!, questionado pela reportagem se houve algum desconforto na corte após o voto de Fux, o ministro disse que não comentaria: "Não vou emitir juízo sobre isso", disse Gilmar.
Ele disse ter comparecido ao plenário da Primeira Turma, no último dia de votação, para mostrar "que o tribunal está unido na defesa da democracia" e acrescentou não acreditar que o Congresso Nacional vá votar a anistia a Bolsonaro.
Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias participou do evento, assim como o presidente nacional do PT, Edinho Silva, o ex-ministro José Dirceu (PT) e a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
Criado em 2019 em protesto ao governo Bolsonaro, o Direitos Já! ajudou na articulação da frente ampla de esquerda e centro-esquerda para derrotar o então presidente nas eleições de 2022.
O evento desta segunda iniciou com a leitura de uma carta pedindo a defesa da democracia e entregou mensagens do cardeal Dom Odilo Scherer, do secretário-geral da ONU, António Guterres, do músico Ivan Lins e de congressistas estrangeiros.
"É evidente que na semana passada a democracia obteve uma vitória, isso é inquestionável. Mas não significa que nós tenhamos vencido nosso principal inimigo", disse ele. "Não podemos ter receio da caracterização. O fascismo está em ascensão no mundo e no Brasil. Trump é o maior líder fascista do século 21 e não podemos ter receio dessa caracterização", acrescentou.
Presidente municipal do PSDB, José Anibal disse que bolsonaristas "não falam em democracia, eles falam em liberdade" e que, mesmo após a condenação de Bolsonaro, aliados "já estão nas ruas fazendo campanha".
Ambos deram destaque à necessidade de "mudar o Congresso Nacional em 2026".
Cada estado tem direito a eleger três senadores, e duas dessas vagas estarão na disputa eleitoral do ano que vem. Como a casa tem o poder de pautar processos de impeachment de ministros do STF, os partidos alinhados ao bolsonarismo têm tratado a disputa para o Senado como prioridade.
Segundo os organizadores, havia representantes de 14 partidos políticos de centro e de esquerda no evento. Discursaram integrantes das siglas PT, PSol, PCdoB, Rede, PDT, PV, Solidariedade, PSDB e MDB.
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