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ONU afirma que Guerra Israel-Irã pode sair do controle

Ao todo, Israel conta 24 civis mortos, 1.237 feridos e 8.190 evacuados no conflito.

ONU afirma que Guerra Israel-Irã pode sair do controle
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O secretário-geral das Nações Unidos, António Guterres, disse nesta sexta (20) que o conflito entre Israel e o Irã pode "acender um fogo que ninguém poderá controlar". "Nós temos de evitar isso", disse o português ao comentar a guerra, que entrou em sua segunda semana.

O dia é de movimentações diplomáticas, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , dar até duas semanas para a decisão se irá unir-se a Israel nos ataques à teocracia iraniana. "Dê uma chance à paz", disse Guterres, emulando a clássica canção antiguerra de John Lennon de 1969.

Enquanto isso, em Genebra, os chanceleres da Alemanha, França e Reino Unido se encontram com o colega iraniano Abbas Araghchi, para discutir a crise. Eles levam uma mensagem de abertura por parte de Washington, que já chegou a ameaçar de morte o líder do Irã e engrossou a pressão militar no Oriente Médio, mas em termos até aqui não aceitos por Teerã.

O presidente francês, Emmanuel Macron, delineou e apoiou a proposta americana: enriquecimento zero de urânio pelos iranianos, limitação de produção de mísseis balísticos e fim do financiamento de grupos terroristas que miram Israel.

Teerã não quer abrir mão da capacidade de enriquecimento, que serve para fazer de radiofármacos à bomba atômica, passando por combustível para usinas e submarinos. Contra isso há o fato de que é possível ter um programa civil pacífico sem enriquecer o metal em centrífugas, e sim o comprando de aliados como a Rússia.

Araghchi, por sua vez, disse antes do encontro que Teerã não poderia negociar enquanto está sob bombas israelenses, novamente sugerindo que o regime está sob intensa pressão. É improvável a esta altura que o governo de Binyamin Netanyahu suspenda a campanha militar iniciada na sexta passada (13).

Nominalmente, ela visava eliminar o programa nuclear iraniano e outras ameaças. O tom impreciso escamoteou a morte de ao menos 20 integrantes da cúpula militar rival e a anulação de boa parte das defesas antiaéreas da teocracia, além da degradação de sua capacidade de lançar mísseis contra o Estado judeu.

Subjacente a isso há o desejo de derrubar a teocracia, embora não haja um plano para o que fazer a seguir. Netanyahu negou esse ser o objetivo, mas admitiu como corolário da ação. Já seu ministro da Defesa, Israel Katz, voltou a dizer nesta sexta que os ataques servem para "desestabilizar o regime".

Na quinta (19), um ataque atingiu o principal hospital de Beersheba (sul), que voltou a ser alvejada na manhã desta sexta, deixando cinco feridos. Haifa, ao norte, duas pessoas sofreram ferimentos com outro impacto direto de míssil, e a região ao todo teve 20 feridos.

Ao todo, Israel conta 24 civis mortos, 1.237 feridos e 8.190 evacuados no conflito, mas são números provavelmente desatualizados. O mesmo problema se vê na contagem iraniana.

Os ataques de Israel a instalações militares prosseguiu, mas é o bombardeio a alvos do programa nuclear que tem sido objeto de maior polêmica. O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, pediu "contenção máxima" a Israel.

"Ataque armado a instalações nucleares nunca deve acontecer, pois pode resultar na liberação radioativa com grandes consequências dentro e além da fronteiras do Estado atacado", disse. Teoricamente, a advertência vale também a Teerã, que pode buscar atacar locais como Dimona, onde suspeita-se que Israel guarde parte de suas 90 bombas atômicas.

A AIEA é uma agência neutra, e o Irã tem assento em suas discussões. O país persa desde então diz que vai deixar o TNP e critica o que chama de imparcialidade de Grossi.

Por outro ângulo, a chancelaria da Rússia lembrou Israel de que ainda tem pessoal trabalhando na usina de Bushehr, construída pela estatal russa Rosatom. Depois, falou que ataques a instalações nucleares civis podem "gerar uma catástrofe sem igual".

Tudo isso ocorre enquanto Trump ganha tempo para se decidir. O melhor cenário para o republicano é o de um cessar-fogo sem sua participação militar na guerra, algo que é incerto do ponto de vista de eficácia no objetivo de anular o programa de Teerã.

Além disso, segundo pesquisa, a ideia de ir à guerra é impopular entre os americanos - em particular entre seus fãs mais radicalizados, que acreditaram no discurso de que o presidente nunca iria se envolver no que chama de guerras inúteis.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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