Um total de 163 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do estado de São Paulo nos três primeiros meses deste ano, segundo dados divulgados pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta quarta-feira (30).
Isso representa uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, quando intervenções policiais deixaram 219 pessoas mortas. Apesar dessa redução, o patamar da letalidade policial é mais alto do que nos anos de 2022 e 2023 -respectivamente, o último de João Doria (sem partido) à frente do governo paulista e o primeiro de Tarcísio.
A maior parte das mortes ocorreu em casos em que policiais militares estavam em serviço -eles foram responsáveis por 131 das 163 mortes, ou oito em cada dez mortes no trimestre. Em seguida estão as ocorrências envolvendo PMs de folga, que deixaram 27 mortos, ou 16%.
Policiais civis deixaram um total de cinco pessoas mortas no primeiro trimestre deste ano. Três dessas mortes ocorreram em serviço, e dois durante as folgas dos policiais.
Um ano atrás, a PM fazia uma operação na Baixada Santista em resposta à morte de policiais na região. Dois soldados e um cabo da corporação -entre eles Samuel Wesley Cosmo, integrante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite conhecida pelos altos índices de letalidade)- foram assassinados no litoral entre o fim de janeiro e o início de fevereiro de 2024.
Em resposta aos assassinatos de policiais, a Operação Verão deixou um saldo oficial de 56 mortos, tornando-se a ação mais letal da PM paulista desde o Massacre do Carandiru, em 1992.
No primeiro trimestre de 2025, um total de seis policiais foram mortos de forma violenta. Entre eles estão dois PMs em serviço, dois policiais civis em serviço e dois policiais de folga.
Esses números representaram queda das mortes entre as forças de segurança. No primeiro trimestre do ano passado, houve um total de nove mortes -quatro PMs e cinco policiais civis.
Desde o início do governo Tarcísio, a gestão de Guilherme Derrite à frente da Secretaria de Segurança Pública paulista tem apresentado aumento nos números de letalidade policial.
Ele assumiu logo após o número de mortes provocadas por PMs em serviço chegar ao menor patamar na série histórica iniciada em 2013, com 256 vítimas em 2022.
A queda nos índices de letalidade, à época, coincidiu com a implementação de câmeras corporais usadas nas fardas de policiais militares. Houve também outras políticas de redução da mortes, como as comissões de mitigação de risco, grupos formados por oficiais que analisavam a conduta de policiais durante ocorrências graves.
A Operação Escudo, deflagrada no fim de julho de 2023 em resposta à morte de um soldado da Rota em Guarujá, também na Baixada Santista, marcou um aceleração no crescimento da letalidade policial. O primeiro ano da gestão Tarcísio teve um total de 504 mortes provocadas por policiais, um crescimento de quase 20% em relação ao ano anterior, quando o estado foi governado por Doria e Rodrigo Garcia.
Já o ano passado teve um total de 814 mortes provocadas por policiais de folga e em serviço, um aumento de 63% em relação ao primeiro ano da gestão Tarcísio.
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