O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou que "indulto é golpismo de marcha à ré", após participar nesta sexta-feira (5) de um evento junto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a última semana em Brasília negociando o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.
"Sobre essa questão de não respeitar o Judiciário, o indulto e tal, o indulto é golpismo de marcha à ré. Isso é inadmissível", disse Alckmin.
O vice de Lula (PT) esteve ao lado de Tarcísio durante o leilão do túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista, na Bolsa de Valores, no centro de São Paulo. O projeto é feito em parceria entre os governos federal e estadual e o leilão teve a presença de outros três ministros do governo petista: Fernando Haddad (Fazenda), Márcio França (Empreendedorismo) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
"Nós temos que dialogar com a necessidade de dialogar com o pacto federativo", disse ele à imprensa. "Esse simbolismo é muito importante para o país".
Antes, em seu discurso, o ministro pregou ser um momento de fortalecer o diálogo "independentemente de ser de esquerda, direita ou centro."
Questionado sobre o projeto de anistia, ele disse que votaria contra caso ainda estivesse na Câmara -ele se licenciou do cargo de deputado federal para assumir o ministério -, mas que defende a revisão da dosimetria das penas.
Haddad iniciou sua fala também pregando o trabalho em conjunto, ressaltando que não houve disputa por protagonismo nas negociações entre os governos federal e estadual. Os bastidores indicaram o contrário - Lula chegou a cogitar federalizar a construção do túnel.
Haddad saiu em defesa do governo federal ao dizer que Lula dialoga com "a situação e a oposição" e fez menção ao plano Punhal Verde-Amarelo, que tinha por objetivo matar o presidente, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), episódio que consta no julgamento da trama golpista na corte.
O governador citou nominalmente os ministros de Lula e disse que o projeto será feito em conjunto. No entanto, após o evento, ele se recusou a comentar os dias passados em Brasília negociando a anistia de Bolsonaro. "Hoje o assunto aqui é o túnel", respondeu quando questionado pela imprensa.
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