Diante do prejuízo histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12) uma série de medidas drásticas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro. Entre as ações previstas estão a suspensão temporária de férias, a redução da jornada — com corte proporcional de salários —, o fim do trabalho remoto e a reestruturação de cargos comissionados. A estatal estima uma economia de R$ 1,5 bilhão já em 2025.
O plano, divulgado internamente e obtido pelo G1, mira diretamente os cerca de 86 mil funcionários da empresa e depende da adesão da categoria para ser implementado.
A proposta da empresa inclui:
- Incentivo à redução voluntária da jornada, com queda proporcional na remuneração;
- Suspensão das férias a partir de junho de 2025, com retorno apenas em janeiro de 2026;
- Extensão do prazo para adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV);
- Transferência temporária de agentes dos Correios com adicional mais vantajoso;
- Retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho, salvo por decisão judicial;
- Reformulação dos planos de saúde, com diálogo sindical e previsão de economia de 30%;
- Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
- Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB) para investimento em infraestrutura.
Corte profundo e realidade financeira crítica
Boa parte do rombo se deve ao crescimento da folha salarial. Os gastos com pessoal subiram de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024, impulsionados por acordos coletivos e reajustes em benefícios como vale-alimentação.
Ainda mais alarmante, apenas 15% das mais de 10 mil unidades da estatal fecharam o ano com superávit. Mesmo assim, a direção defende a manutenção da presença em todos os municípios brasileiros, alegando compromisso com o acesso universal aos serviços postais.
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