O plano, divulgado internamente e obtido pelo G1, mira diretamente os cerca de 86 mil funcionários da empresa e depende da adesão da categoria para ser implementado.

A proposta da empresa inclui:

  1. Incentivo à redução voluntária da jornada, com queda proporcional na remuneração;
  2. Suspensão das férias a partir de junho de 2025, com retorno apenas em janeiro de 2026;
  3. Extensão do prazo para adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV);
  4. Transferência temporária de agentes dos Correios com adicional mais vantajoso;
  5. Retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho, salvo por decisão judicial;
  6. Reformulação dos planos de saúde, com diálogo sindical e previsão de economia de 30%;
  7. Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
  8. Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB) para investimento em infraestrutura.

Corte profundo e realidade financeira crítica

Segundo os Correios, a crise foi agravada pela forte queda nas encomendas internacionais e aumento expressivo nas despesas operacionais, que saltaram R$ 716 milhões em um ano, atingindo R$ 15,9 bilhões, o maior patamar desde 2017.

Boa parte do rombo se deve ao crescimento da folha salarial. Os gastos com pessoal subiram de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024, impulsionados por acordos coletivos e reajustes em benefícios como vale-alimentação.

Ainda mais alarmante, apenas 15% das mais de 10 mil unidades da estatal fecharam o ano com superávit. Mesmo assim, a direção defende a manutenção da presença em todos os municípios brasileiros, alegando compromisso com o acesso universal aos serviços postais.

Investimento em meio à crise