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Café em queda: veja por que o consumidor ainda paga caro

Preço do café entra em queda, mas descontos ainda não chegam para o consumidor

Café em queda: veja por que o consumidor ainda paga caro
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O preço do café no mercado internacional começou a cair, mas o consumidor brasileiro ainda não sente esse alívio no bolso. Mesmo com a colheita em ritmo acelerado nas principais regiões produtoras do Brasil e sinais de estabilidade no cenário global, o custo da bebida mais consumida do país continua elevado nas prateleiras.

De acordo com o IBGE, o café moído acumulou alta superior a 80% nos últimos 12 meses. Em maio, os preços voltaram a subir nos supermercados, mesmo com os contratos futuros já em queda. O descompasso entre a matéria-prima e o valor final ao consumidor se deve a estoques antigos, comprados ainda sob impacto da disparada de preços registrada no início do ano.

Cotações recuam com colheita no Brasil e safra promissora no Vietnã

Enquanto o varejo brasileiro mantém os preços altos, as principais bolsas internacionais refletem uma nova realidade: o café arábica, negociado em Nova York, já recuou cerca de 25% desde o pico registrado em fevereiro. O robusta, em Londres, acumula queda ainda maior, com mais de 30% de desvalorização.

No Brasil, a saca de arábica voltou a ser negociada abaixo dos R$ 2.200 em São Paulo – valor que não era registrado desde dezembro do ano passado. O robusta também caiu e voltou a ficar abaixo de R$ 1.300 no Espírito Santo. Essa redução está diretamente ligada à intensificação da colheita nacional e ao avanço da safra no Vietnã, segundo maior produtor do mundo. A expectativa é que a oferta robusta ajude a equilibrar o mercado, que vinha sofrendo com estoques apertados nos últimos anos.

Saída de fundos especulativos contribui para ajuste

Outro fator importante que contribuiu para a reversão da tendência de alta foi a redução da atuação de fundos financeiros no mercado futuro de café. A retirada desses agentes, que apostavam na valorização da commodity, reduziu a pressão especulativa sobre os preços. Agora, a oferta e demanda reais voltam a ter mais influência sobre o comportamento das cotações.

Especialistas apontam que o varejo ainda não conseguiu repassar as reduções de custo por conta de estoques adquiridos a preços mais elevados e incertezas quanto ao clima. Apesar das boas perspectivas para a safra atual, o histórico recente de ondas de calor e chuvas irregulares mantém o setor em alerta. A produção de café é altamente sensível às variações climáticas e qualquer novo estresse ambiental pode inverter rapidamente a trajetória dos preços.

A inflação acumulada no setor já teve reflexos diretos no consumo interno. Nos primeiros quatro meses de 2025, a demanda caiu mais de 5%, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo e qualquer retração no mercado interno preocupa, sobretudo por sua importância para a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Perspectivas: quando o alívio chegará ao consumidor?

A expectativa é que os efeitos da nova realidade de preços comecem a ser percebidos nos supermercados nos próximos meses, à medida que os estoques forem renovados e os custos logísticos se ajustarem. No entanto, o ritmo desse repasse ainda depende da estabilidade climática e da dinâmica de mercado até o fim da safra.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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