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Sistema de reconhecimento facial fez 1.153 foragidos serem presos

Além disso, o sistema errou em 23 casos que terminaram na delegacia.

Sistema de reconhecimento facial fez 1.153 foragidos serem presos
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Em seis meses de operação, o sistema do Smart Sampa, programa de câmeras de monitoramento e reconhecimento facial da Prefeitura de São Paulo, levou à prisão de 1.153 foragidos da Justiça.

Além disso, o sistema errou em 23 casos que terminaram na delegacia. Por falta ou problemas com documentos, as pessoas foram liberadas após verificação no distrito policial. Outras 11 foram liberadas no local da abordagem após a conferência de identidade.

Segundo a prefeitura, as chamadas inconsistências no reconhecimento representam 1,86% de todas as ações de reconhecimento feitas no período. Os erros se concentraram em dezembro de 2024 (9) e janeiro deste ano (8). Em fevereiro, houve uma nova calibração no sistema, e o nível de confiança passou de 90% para 92%. Com isso, os casos de erro caíram para 1 ou 2 por mês.

Números do Smart Sampa

  • 31.323 câmeras do Smart Sampa estão instaladas na cidade
  • 275 crimes foram solucionados pela Polícia Civil com ajuda do sistema
  • 68 pessoas desaparecidas foram localizadas
  • 1.153 foragidos da Justiça presos através do sistema de reconhecimento facial

    - Nenhuma pessoa inocente foi presa

    • 53 pessoas foram conduzidas para averiguação e liberadas por ausência de baixa de mandados do banco de dados da Justiça
    • 6 pessoas foram conduzidas para averiguação e liberadas após inconsistências cadastrais
    • 23 pessoas foram conduzidas para averiguação e liberadas
    • 11 pessoas foram liberadas após a abordagem
    • 98,14% de índice de reconhecimento assertivo
    • 1,86% de índice de reconhecimento inconsistente

    Fonte: Prefeitura de São Paulo

    Os dados foram apresentados pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) na manhã desta quarta-feira (18), na central de operação do programa, em entrevista coletiva à imprensa. Os dados são referentes ao período de seis meses de 21 de novembro de 2024 a 21 de maio de 2025.

    Um dos principais pontos de crítica sobre o programa tem sido a transparência. No edital, um trecho determinava a publicação de relatório da operação. "A plataforma Smart Sampa desde sua implementação deverá fornecer informações de operação que serão disponibilizadas no portal da transparência, incluindo impacto e resultados."

    O Smart Sampa é uma das principais bandeiras da gestão. Hoje há 31,3 mil câmeras em operação na cidade, com a promessa de 100 mil até o fim do mandato, em 2028.

    Já havia uma previsão de divulgação, segundo a prefeitura, quando a operação completasse seis meses oficialmente ?desconsiderado o período de implementação. Como mostrou o Painel, a gestão havia anunciado a publicação de relatório com possíveis erros na última segunda-feira (16).

     

    No dia, questionado em agenda pública, o prefeito Ricardo Nunes, no entanto, disse que entregaria o material ao Ministério Público, admitindo erros na identificação posteriormente corrigidos na hora da checagem de documentos. Disse que não houve prisão feita por engano.

    Pessoas conduzidas ao Distrito Policial e Liberadas

    • Pardos: 8 pessoas
    • Brancos: 4 pessoas
    • Pretos: 2 pessoas
    • Não informado: 9 pessoas

    Dados do prisômetro, painel inaugurado pela gestão para contar as detenções em flagrante e de foragidos feitas na cidade, exibiam, na manhã desta quarta, 1.280 foragidos presos, outros 2.496 em flagrante e 68 desaparecidos localizados.

    A falta de pesquisas sobre taxa de erro em abordagens dificulta a comparação com o indicador do Smart Sampa, que pode ser visto inclusive como um movimento importante para transparência neste tipo de programa. É o que diz o cientista político e coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CeSec), Pablo Nunes.

     

    "Até hoje nenhum projeto tinha divulgado de maneira clara, transparente, esse dados. O que tivemos foram falas esparsas, por exemplo, no Rio de Janeiro, de gestor dizer em audiência pública que taxa de erro era de 10%, entre outros exemplos anedóticos e localizados." O especialista também defende uma análise cuidadosa dos casos em que houve essas inconsistências na identificação.

    "É muito importante que a gente saiba quem foram essas pessoas, porque por mais que possa se alegar que o número de erros foi pequeno, para cada uma dessas pessoas nesses pouco menos de 2% dos casos, a história de cada uma delas representa 100%", disse Pablo.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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