A crise entre Índia e Paquistão atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (7) com bombardeios indianos em território paquistanês, em resposta ao atentado que matou turistas hindus na Caxemira indiana no mês passado. Islamabad, capital do Paquistão, prometeu retaliação, elevando o temor de uma escalada entre os dois países, ambos com armas nucleares.
Segundo o governo indiano, os ataques aéreos atingiram nove alvos associados a grupos militantes islâmicos, como Jaish-e-Mohammed e Lashkar-e-Taiba, acusados de ligação com o atentado que matou 26 pessoas. As forças indianas afirmaram que os bombardeios foram conduzidos com precisão e evitaram áreas civis.
Já o Paquistão relatou a morte de pelo menos 31 civis e dezenas de feridos, incluindo fiéis na mesquita atingida na cidade de Muzaffarabad, na Caxemira controlada por Islamabad. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, classificou os ataques como “violação flagrante da soberania” e prometeu uma resposta “no momento e forma que o país considerar apropriados”.
O Ministério da Defesa paquistanês afirmou ainda ter abatido cinco aeronaves indianas, informação que Nova Délhi nega. Fontes locais na Caxemira indiana, no entanto, confirmaram a queda de pelo menos três caças, cujos pilotos foram hospitalizados.
O episódio, considerado o confronto mais grave entre os dois países em mais de 20 anos, gerou preocupação internacional. A ONU, China, Rússia e Reino Unido pediram moderação, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, se ofereceu para ajudar a mediar a crise.
O governo indiano defendeu a ofensiva como uma ação preventiva para evitar novos ataques. Diplomatas de 13 países foram convocados a Nova Délhi para receber informações sobre a operação, batizada de "Sindoor".
Desde a independência em 1947, Índia e Paquistão travaram três guerras, duas delas por causa da Caxemira, região majoritariamente muçulmana disputada por ambos. A atual tensão reacende o alerta global para um possível conflito de grandes proporções em uma das áreas mais militarizadas do planeta.
*Com infromações da Reuters
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