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Transplantes batem recorde no Brasil, mas ainda há preocupações

Transplantes batem recorde no Brasil, mas ainda há preocupações

Transplantes batem recorde no Brasil, mas ainda há preocupações
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O Brasil registrou em 2024 o maior número de transplantes de órgãos e tecidos da sua história, com cerca de 30,3 mil procedimentos realizados no ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde, que, apesar do avanço nos números absolutos, apontou queda no número de doadores e altas taxas de recusa familiar, o que ainda limita o crescimento da política nacional de transplantes.

Segundo o balanço, cerca de 85% dos transplantes foram realizados pelo SUS. O número supera o recorde anterior, de 2023, quando 28,7 mil procedimentos haviam sido contabilizados. Mesmo assim, a quantidade de doadores efetivos caiu de 4.129 para 4.086 no mesmo período.

Fila de espera ainda preocupa

Apesar do desempenho inédito, o Brasil ainda soma 78 mil pessoas à espera por um transplante. Desses, mais da metade (42 mil) aguardam por um rim. Outros 32.349 esperam por transplante de córnea. O Ministério da Saúde aponta como principal obstáculo o alto índice de negativa familiar, que hoje atinge 55% dos casos. Para enfrentar esse problema, o governo lançará um programa de capacitação para profissionais que fazem a abordagem dos parentes de possíveis doadores.

Entre os órgãos, o rim lidera o ranking, com 6.320 transplantes em 2024. Em seguida aparece o fígado, com 2.454 procedimentos. No grupo dos tecidos, os destaques são as córneas (17.107 transplantes) e a medula óssea (3.747). O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou o impacto positivo da política de transplantes sobre os serviços hospitalares. “Quando um hospital se torna capaz de realizar um transplante completo, isso eleva a qualidade de todo o atendimento prestado”, afirmou.

Novas tecnologias e ampliação de serviços

Entre os avanços recentes anunciados, está a inclusão dos transplantes de intestino delgado e multivisceral no rol de procedimentos do SUS — ambos considerados de altíssima complexidade. Outra novidade é a incorporação, prevista para os próximos meses, de transplantes da membrana amniótica, presente na placenta e utilizada como enxerto no tratamento de queimaduras. O material pode ser doado após o parto.

A pasta também confirmou o reajuste nos valores pagos por procedimentos, como no caso dos transplantes de córnea, e trabalha na atualização do regulamento técnico do Sistema Nacional de Transplantes. A proposta inclui maior agilidade na distribuição de órgãos e testes de compatibilidade mais rápidos, como a prova cruzada virtual.

Um dos focos do ministério é a ampliação da capacidade de transplantes nas regiões Norte e Nordeste, onde a oferta ainda é considerada insuficiente. Além disso, o governo federal financia uma plataforma de pesquisa em xenotransplante com órgãos suínos geneticamente modificados, em fase inicial, voltada ao futuro uso em humanos.

 

Caso com órgãos contaminados

O balanço também relembra o caso que marcou negativamente o sistema de transplantes no último ano, quando seis pacientes do Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados com HIV. O Ministério da Saúde trata o episódio como isolado e informou que auditorias foram realizadas em todo o país após o ocorrido. “O DenaSUS atuou para garantir segurança em todos os estados”, concluiu Padilha.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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