Pirajuí Rádio Clube FM

Economia

Setor privado foca pré-COP30 em S. Paulo e esvazia Belém

Uma das reuniões na capital paulista será simultânea à abertura da cúpula oficial em Belém.

Setor privado foca pré-COP30 em S. Paulo e esvazia Belém
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

A cidade de São Paulo receberá ao menos cinco grandes eventos empresariais próximos ao início da COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Uma das reuniões na capital paulista, inclusive, será simultânea à abertura da cúpula oficial em Belém, que acontecerá de 10 a 21 de novembro.

A Climate Action Innovation Zone, gerida pela organização britânica Climate Action, ocorre tradicionalmente nas cidades que sediam as COPs. A edição deste ano marca a primeira vez em que a programação é transferida para um local diferente.

O encontro está previsto para acontecer em solo paulistano de 6 a 8 de novembro, poucos dias antes do começo das negociações diplomáticas.

O site oficial do congresso afirma que São Paulo tem "vários hotéis de 4 e 5 estrelas, com acomodações e instalações adequadas para sediar grandes eventos de padrão internacional, sem os desafios logísticos e os preços exorbitantes de Belém".

O público total esperado é de 3.000 a 4.000 pessoas. O Climate Implementation Summit, que integra a programação da Climate Action Innovation Zone, planeja reunir ao menos 500 executivos de todo o mundo.

Marina Cançado, fundadora da empresa Converge Capital e uma das organizadoras do encontro, afirma que a intenção é envolver lideranças que estarão na cidade, sendo que algumas seguirão para a COP30 e outras comparecerão apenas à programação local.

"Vimos que daria para aproveitar uma concentração grande do setor privado em São Paulo, e muitos CEOs não irão para Belém. Houve uma redução das comitivas das empresas que vão comparecer", diz.

Segundo ela, há empresários que planejam estadias curtas na capital paraense -em alguns casos, a permanência será de apenas um dia.

São Paulo receberá outros quatro eventos pré-COP, além do Climate Action Innovation Zone: o Global Investors' Symposium (9 e 10 de novembro), que coincide com o início da conferência oficial; o PRI in Person 2025 (4 a 6 de novembro), que se autodeclara uma porta de entrada dos investidores para a COP30; o Fórum de Negócios e Finanças da COP30 (3 a 5 de novembro), promovido pela Bloomberg Philanthropies; e o Summit Agenda SP+Verde (4 e 5 de novembro), realizado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em parceria com a prefeitura da capital e a USP.

Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, organização voltada a apoiar empresas em gestão sustentável, afirma que a programação prévia à cúpula é importante, mas nota um desvio de foco. Ele conta que não irá aos encontros em São Paulo porque já estará no Pará e planeja concentrar esforços nas duas semanas da conferência.

Nick Henry, CEO da Climate Action, afirma que a entidade também organizará eventos em Belém, de 10 a 14 de novembro, em um restaurante. A capacidade máxima será de cem pessoas por dia.

Marcelo Seraphim, diretor do PRI no Brasil, diz que o encontro da organização acontece em grandes centros financeiros, com edições passadas em Paris, São Francisco, Tóquio, Toronto e Barcelona. Dessa forma, Belém não seria adequada para receber o evento.

"Quem não for para Belém vai perder a COP", diz Flora Bitancourt, diretora da WCF no Brasil. Para ela, os eventos em São Paulo são complementares e não deveriam substituir a ida ao Pará.

A Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês) representa 45 milhões de empresas em todo o mundo e estará presente na cúpula, mas ainda não confirmou sua delegação de empresários e executivos.

"Sabendo que vai ser um número mais limitado [de participantes] e que houve desafios adicionais, alguns procuraram maneiras diferentes de se engajar nesse processo", diz, em referência aos eventos pré-COP em São Paulo.

Sandra Hanni, chefe de política climática da ICC global, afirma que há um impacto na capacidade do setor dos negócios para viajar a Belém e encontrar acomodações na cidade. "É algo que sinalizamos para o governo brasileiro e para a UNFCCC [a convenção da ONU para o clima] várias vezes", afirma.

Ricardo Mussa, presidente da Sustainable Business COP, iniciativa liderada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), afirma que a conferência deste ano tem a maior abertura ao setor privado, mas vê dificuldades em atrair representantes do alto escalão das empresas. "Talvez a gente não consiga trazer os CEOs, mas o segundo e o terceiro nível estão indo."

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
Comentários:

Veja também