O 11º voo integrado do foguete Starship, da SpaceX, foi realizado com sucesso nesta segunda-feira (13), trazendo um marco importante no desenvolvimento do maior e mais potente lançador da história.
Foi o segundo teste totalmente bem-sucedido da segunda versão do Starship, após uma série de falhas que causou embaraços e atrasos à SpaceX em 2025.
O lançamento aconteceu no início da janela de oportunidade, às 20h23 (de Brasília, duas horas a menos em Starbase, no Texas, de onde se deu a partida), e em pouco mais de seis minutos o segundo estágio (o Starship propriamente dito) havia completado sua queima propulsiva e se colocado na trajetória desejada, um traçado suborbital que o levaria a reentrar na atmosfera sobre o oceano Índico e mergulhar nele, numa descida suave, pouco mais de uma hora depois.
Desta vez, a SpaceX optou por não tentar levar o primeiro estágio de volta à platafoma, em vez disso usando-o para o teste de uma manobra de pouso que será aplicada à próxima versão do veículo. O processo se deu exatamente como o esperado, com um mergulho do Super Heavy no golfo do México.
Quanto ao segundo estágio, ele repetiu a dose da missão anterior, realizando testes de liberação de simuladores de satélites Starlink, além de um disparo de um dos motores -procedimento essencial para futuras missões verdaderamente orbitais.
A reentrada também representou testes importantes para o veículo, que teve mudanças implementadas em seu escudo térmico -possivelmente a tecnologia mais desafiadora a ser desenvolvida pela SpaceX para tornar o Starship de fato um veículo reutilizável prático. Ao retornar à atmosfera, o escudo é envolvido em plasma e submetido a temperaturas superiores a 1.500 graus Celsius.
O que vem agora - e depois
O sucesso pavimenta o caminho para que a terceira versão do Starship, com mais atualizações, mais motores e tanques de propelente maiores, possa iniciar seu programa de testes em voo. Vários deles já estão em construção, e a empresa de Elon Musk espera ter o primeiro voo do Starship 3 até o final do ano.
Para o ano que vem, o plano é demonstrar a recuperação do segundo estágio (algo que ainda não foi feito) e o reabastecimento em órbita -procedimento essencial para as ambições de usar o Starship no programa Artemis, da Nasa, a fim de transportar astronautas à superfície da Lua.
Tudo isso depende, contudo, do bom andamento das próximas etapas do programa de teste. Não custa lembrar que a companhia teve um ano difícil, com muitas falhas seguidas, justamente na transição entre a primeira e a segunda versões do Starship. Vai saber que surpresas aguardam os engenheiros no salto para a terceira.
O governo americano declara abertamente estar em uma corrida contra a China pela primeiro pouso lunar tripulado do século 21. A missão Artemis 2, que deve voar no ano que vem, levará humanos pela primeira vez desde 1972 às imediações lunares, mas não haverá pouso. Enquanto isso, o programa espacial chinês segue desenvolvendo veículos similares aos usados no antigo Programa Apollo, com o objetivo de realizar seu primeiro pouso lunar com astronautas antes de 2030.
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