O perito criminal Hendrick Magalhães Karg prestou depoimento nesta quinta-feira (9) à tarde, logo após a reabertura da sessão de julgamento de Roberto Franceschetti, acusado de matar e ocultar o corpo da então secretária da Apae Claudia Lobo, em Bauru. Ele detalhou as análises realizadas no veículo Chevrolet Spin, apontado como o carro utilizado pelo réu no dia do crime. Confirmou que encontrou sangue de Claudia no veículo.
Segundo Karg, foram identificadas marcas de sangue em diferentes pontos do automóvel — no encosto, sob o banco e também na parte inferior da estrutura. O perito relatou ainda que cadastrou para exame materiais compatíveis com fragmentos de ossos humanos, recolhidos por equipes da Polícia Civil em uma área de mata conhecida como “campo do Ditinho” (próximo à rodovia Bauru-Iacanga), local onde o corpo da vítima teria sido abandonado e incinerado.
Durante o depoimento, a defesa de Franceschetti tentou questionar a confiabilidade das provas e a suposta falta de preservação dos vestígios coletados. Karg, porém, rebateu os questionamentos e defendeu a lisura do trabalho técnico, afirmando que o veículo estava em condições adequadas para a perícia.
Testemunhas
Após a retomada da sessão de julgamento, na tarde desta quinta, o Júri ouviu também uma funcionária da Apae, que trabalhava na sede do Jardim Ouro Verde. Ela relatou que recebeu mensagens de Franceschetti no dia 6 de agosto de 2024 para retirar um celular no escritório da instituição. Disse que não percebeu nada estranho, mas depois Dilomar Batista teria dito a ela que “deu ruim...” e que havia deixado a Spin da Apae no local onde foi encontrada. Ele teria dito estar sob pressão, sem revelar por quem. A testemunha explicou também que a queima de papéis na área onde o corpo de Claudia teria sido jogado e incinerado fazia parte de um mutirão para esvaziar um container, que seria usado para receber novas cadeiras de rodas.
Outras duas testemunhas de defesa foram ouvidas. Uma delas, que limpava a casa de um sobrinho próxima à área de descarte do corpo, apresentou divergências entre seu depoimento atual e o prestado à polícia sobre a presença de fumaça, alegando que ao promotor do Caso que apenas relatou o que o sobrinho havia dito.
Por fim, um primo de Cláudia, que era motorista da Apae, disse que no dia do desaparecimento buscou Claudia em um salão e a deixou na Apae para uma reunião com Franceschetti. Ele relatou ter visto a vítima por volta das 16h, mas não mais depois disso, recebendo posteriormente uma ligação de Letícia, filha de Claudia, sobre o desaparecimento.
O julgamento segue com novas oitivas e apresentação de provas técnicas e só deve terminar amanhã.
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