A Operação Contenção, que aconteceu nesta terça-feira, deixou ao menos 121 mortos no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Polícia Civil carioca na noite desta quarta-feira (29). Mais cedo, tinham sido confirmadas 119 mortes.
Com esse número, a operação na capital fluminense superou o massacre do Carandiru como a mais letal do país. Em outubro de 1992, tropas da Polícia Militar paulista mataram 111 presos na extinta Casa de Detenção, na zona norte.
A operação tinha como objetivo prender membros do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, e somava até terça (28) 64 mortes, sendo quatro policiais.
A invasão nas comunidades foi considerada um "sucesso" pelo governador Cláudio Castro (PL), que, na manhã desta quarta-feira, fez um balanço e afirmou que o episódio deixou apenas quatro vítimas, em referência aos policiais que morreram durante o confronto.
Para especialistas em segurança pública, porém, a operação foi criticada pela letalidade e afirmam que ações como a de terça-feira se repetem, não atacam a estrutura do tráfico e deixam população desprotegida.
Suspeitos de integrar o Comando Vermelho chegaram a usar drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população da Penha, para atrasar o avanço das forças de segurança durante a manhã desta terça.
A megaoperação policial tinha como objetivo cumprir 69 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho em 180 endereços. O governo estadual disse que 81 pessoas foram presas na ação, mas não divulgou quantos mandados foram cumpridos. Além disso, os agentes apreenderam mais de cem fuzis que eram usados pela facção.
Parentes de mortos só conseguiram se aproximar do campo da Vacaria para retirar os corpos por volta das 23h de terça, quando os tiros cessaram. Na madrugada desta quarta, moradores do Complexo da Penha retiraram ao menos 70 corpos da área de mata que separa os dois complexos e onde teve intenso tiroteio durante a operação.
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