Os casos de estupro em Bauru dobraram nos primeiros quatro meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento com base em dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). Entre janeiro e abril de 2024, foram registrados sete casos. No mesmo período deste ano, o total subiu para 14.
O cenário também é preocupante quando a análise foca especificamente as ocorrências de estupro de vulnerável, que representa a maioria dos crimes de violência sexual. Ele envolve menores de 14 anos, pessoas com deficiência mental ou indivíduos em situação de embriaguez, sedação, inconsciência ou sono profundo, por exemplo.
Nesse caso, os registros totalizaram 47 ocorrências em cada um dos dois períodos analisados, sem variação. Embora os números absolutos tenham se mantido estáveis, a persistência do delito preocupa autoridades e especialistas.

Os casos de estupro em Bauru dobraram nos primeiros quatro meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento com base em dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). Entre janeiro e abril de 2024, foram registrados sete casos. No mesmo período deste ano, o total subiu para 14.
O cenário também é preocupante quando a análise foca especificamente as ocorrências de estupro de vulnerável, que representa a maioria dos crimes de violência sexual. Ele envolve menores de 14 anos, pessoas com deficiência mental ou indivíduos em situação de embriaguez, sedação, inconsciência ou sono profundo, por exemplo.
Nesse caso, os registros totalizaram 47 ocorrências em cada um dos dois períodos analisados, sem variação. Embora os números absolutos tenham se mantido estáveis, a persistência do delito preocupa autoridades e especialistas.
Contexto
O aumento dos dados não inclui ainda casos recentes, como o registrado na última quarta-feira (4), quando uma jovem de 19 anos foi estuprada em um terreno baldio no Jardim Ferraz, próximo à Praça Gastão Vidigal. A vítima foi abordada ao sair do trabalho, ameaçada de morte e mantida sob violência por mais de duas horas. O autor também furtou o celular dela antes de fugir.
Uma semana depois, na última quarta-feira (11), a Polícia Civil prendeu M.A.C.N., de 34 anos, suspeito de ter cometido o crime. Na casa dele foram apreendidos um celular e roupas compatíveis com as que usava no dia do estupro, conforme imagens de câmeras de segurança analisadas pela investigação.
Para Eliana Ruiz, presidente do Instituto Florir — entidade bauruense que atua na prevenção e conscientização contra a violência sexual —, o aumento de notificações não significa, necessariamente, crescimento no número real de casos. “O que está aumentando são as denúncias. As campanhas como o Maio Laranja têm ajudado a quebrar o silêncio. Muitas vítimas estão entendendo a importância de falar”, explica.
Segundo ela, o crime de violência sexual ainda é um dos mais subnotificados no país, sobretudo quando envolve crianças. “Acredita-se que apenas 10% dos casos chegam às autoridades. A criança, muitas vezes, não consegue se proteger ou denunciar. E o agressor geralmente é alguém próximo: pai, padrasto, tio, avô.”
A dirigente também pontua que, embora Bauru tenha avançado na estrutura de apoio às mulheres, falta atenção similar para o público infantil. “Seria fundamental a criação de uma coordenadoria da infância e juventude no município. Temos leis boas, como o ECA e a escuta especializada, mas falta articulação política para colocar isso em prática de forma efetiva.”
Outros dados
A escalada da violência não se restringiu aos crimes sexuais. No comparativo entre os dois quadrimestres, o total de ocorrências policiais na cidade subiu de 3.000 para 3.102, aumento de 3,4%.
Entre os crimes patrimoniais, o roubo de veículos foi o que mais cresceu: passou de 7 para 18 casos, representando alta de 157%. Também subiu o número de registros de furto – outros, que foi de 1.446 para 1.610 (+11,3%). Já os furtos de veículos saltaram de 113 para 129 ocorrências (+14,2%).
O tráfico de entorpecentes também teve aumento, passando de 111 para 138 casos (+24,3%). O porte de arma subiu 33,3%, com 20 ocorrências neste ano.
Queda
Entre os crimes contra a integridade física, as lesões corporais dolosas caíram 5,2%, assim como os casos de lesão corporal culposa por acidente de trânsito, que recuaram 14,3%.
Por outro lado, ocorrências como extorsão mediante sequestro, que teve um registro em 2024, não ocorreram neste ano. Houve ainda um caso isolado de lesão corporal seguida de morte em 2025, tipo de crime ausente no ano anterior.
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