O presidente Lula (PT) defendeu nesta quinta-feira (4) que o povo se mobilize diante da força da extrema direita no Congresso e mencionou o risco de a anistia a atos golpistas ser aprovada.
"Nós estamos vendo agora os falsos patriotas nos EUA pedindo intervenção do presidente Trump no Brasil. Os caras que fizeram campanha embrulhados na bandeira nacional, dizendo que eram patriotas, agora estão embrulhados na bandeira americana, pedindo para o Trump intervir no Brasil", disse o petista nesta quinta-feira (4) em conversa com lideranças e influenciadores da periferia em Belo Horizonte.
"Agora, outra coisa que nós temos que saber: se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia. O Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, o governo aprovou quase tudo que o governo queria, mas a extrema direita tem muita força ainda. Então é uma batalha que tem que ser feita também pelo povo", acrescentou.
Líderes do centrão e da oposição articulam no Congresso um projeto de amplo perdão a todos os envolvidos na trama golpista de 2022 e no 8 de Janeiro, inclusive Jair Bolsonaro (PL).
Lula afirmou ainda que "a gente está em um momento delicado" e que é preciso "politizar as nossas comunidades". "Precisamos combater a fake news. A mentira voa, a verdade engatinha", disse ele.
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também participou da conversa.
O petista disse que, até o fim do mandato, o governo precisa saber o que está funcionando e o que precisa ser corrigido.
"Se vocês não cobrarem, a gente pensa que as coisas estão bem. Não tem problema criticar, falar mal. Não quero que vocês sejam chapa branca. Quero que vocês sejam verdadeiros", afirmou.
"A democracia é uma coisa extremamente importante, embora muitas vezes a gente não sinta a democracia trazer benefício para nós. Porque a democracia não é só o direito de votar. Também é o direito de governar, direito de dar palpite, de fazer sugestão, de apresentar reivindicação, de ajudar a governar. Porque muitas vezes quem sabe fazer as coisas não é o governo, são vocês", afirmou.
"É preciso fazer as coisas funcionarem, senão a democracia não tem sentido para o povo. A democracia para o povo é comer, é estudar, é morar, é ter acesso à cultura, ao lazer", continuou o presidente.
Segundo o governo federal, o programa Gás do Povo, que substitui o atual Auxílio Gás, vai oferecer gratuidade no botijão de gás de cozinha para 15,5 milhões de famílias brasileiras, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas.
Trata-se da sétima visita de Lula a Minas Gerais em 2025, sequência que já supera o total de viagens do petista ao estado nos dois primeiros anos de seu governo.
A construção do PT em Minas está centrada no apoio à candidatura do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo do estado.
Assim como já ocorreu em outras cerimônias do governo federal em Minas, Pacheco discursou nesta quinta. O senador voltou a falar em defesa da soberania, em referência aos ataques do governo norte-americano de Donald Trump estimulados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
"Nada é capaz de nos unir mais do que a defesa da nossa democracia. Tentaram dar um golpe neste país e o povo brasileiro disse não, elegendo o Lula e reafirmando que a nossa democracia é um valor sagrado para todos nós", continuou.
A agenda em Belo Horizonte também teve o objetivo de aproximar Lula do prefeito Álvaro Damião (União Brasil), filiado a um partido que acaba de desembarcar do governo. Em seu discurso, Damião elogiou o presidente e afirmou que a trajetória política dos dois teve início semelhante, na periferia das cidades.
"A minha política é para as pessoas mais simples, é para o povo da minha cidade. Sobre as construções partidárias, elas são feitas em reuniões."
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