Um foragido da Justiça que foi detido ao passar em um concurso para a Polícia Civil de São Paulo e solto em seguida teve um pedido de prisão restabelecido nesta sexta-feira (22).
Cristiano Rodrigo da Silva, 40, foi detido em março deste ano após passar 17 anos foragido, mas teve a prisão preventiva revogada no mesmo mês. A ação foi classificada como "incoerente" pelo Ministério Público, que recorreu.
Justiça desconsiderou o fato de que o homem se passou por policial mais de uma vez para cometer crimes, afirmou o MP. A informação consta no recurso feito pela Promotoria de Justiça de Mairiporã antes de conseguir restabelecer a prisão do homem.
Mandado de prisão foi emitido pela Justiça nesta sexta-feira (22). Não há até o momento a informação de se o mandado foi cumprido.
A reportagem entrou em contato com um dos advogados de Cristiano Rodrigo da Silva. O espaço está aberto para manifestações e será atualizado se houver posicionamento.
Relembre
Mesmo com extensa ficha criminal e foragido da Justiça, Cristiano Rodrigo da Silva, 40, prestou concurso para o cargo de investigador da Polícia Civil de São Paulo. Ele foi aprovado até na prova de investigação social, que serve para avaliar a conduta moral e social do candidato, levantar a vida do candidato e saber se ele tem antecedentes criminais.
Além de passar na "prova de idoneidade", Cristiano também passou no exame escrito, somando 52 pontos. Foram 5 na prova de noção de informática, 6 em noção de lógica, 13 em língua portuguesa, 17 (a maior pontuação) em noções de direito e 11 em noções de criminologia.
Ele foi preso em março, quando chegou à Academia da Polícia Civil, no Butantã, zona oeste de São Paulo, para fazer a prova oral. Uma denúncia feita a policiais civis informou que ele era procurado desde 11 de novembro de 2007 por homicídio e roubo.
Fingia ser investigador
Com um comparsa, Cristiano clonou uma viatura da Polícia Civil e se passou por agente para fazer um assalto. O crime aconteceu em 9 de novembro de 2006 em Cidade Líder, na zona leste de São Paulo, e os dois se fingiram de investigadores do 46º Distrito (Perus) para abordar o comerciante José Roberto Nogueira Ferreira.
O comerciante foi algemado, colocado na viatura clonada e morto a tiros pela dupla. Eles roubaram um Fiat Fiorino da vítima, que foi queimado em seguida. A dupla foi encontrada porque testemunhas viram a viatura clonada e anotaram a placa do veículo, que foi encontrado em um estacionamento com um registro feito no nome dos criminosos.
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