Durante depoimento no Tribunal do Júri, que fez uma pausa para o almoço por volta das 13h30, o investigador da Polícia Civil Danilo Castro afirmou acreditar que os ossos de Claudia Regina da Rocha Lobo - inclusive o crânio - foram triturados após a incineração do corpo. Segundo ele, o fogo por si só não seria capaz de consumir completamente os restos mortais.
Mas antes dessa revelação, quem abriu a explicação do processo foi o delegado Cledson do Nascimento, titular da 3.ª Delegacia de Homicídios da Deic em Bauru, responsável pelas investigações. Ele relatou a versão apresentada por Dilomar Batista, ex-funcionário do almoxarifado da Apae Bauru, segundo a qual teria sido Roberto Franceschetti Filho quem carregou o corpo de Claudia enrolado num tapete e o depositado em um buraco em um campo situado na área rural, às margens da rodovia Cezário José de Castilho (SP-321). Cledson também afirmou que, nas mensagens apreendidas, Franceschetti apagava comunicações enquanto Claudia as mantinha. Para o delegado, ela apresentava uma postura de adoração em relação ao acusado.
Durante os depoimentos na manhã desta quinta (9), Dilomar permaneceu de cabeça erguida, acompanhando atentamente os relatos, enquanto Roberto, que na época do crime era presidente da Apae, ficou de cabeça baixa, levantando-a apenas em momentos pontuais.
Versões
Para Danilo, Dilomar não atuou por medo de Roberto - tese apresentada em sua defesa. O investigador defendeu ainda que a participação do ex-funcionário do almoxarifado foi essencial para o êxito do crime.
Segundo o investigador, Franceschetti teria admitido a responsabilidade em conversas informais, dizendo “fiz besteira”. Na presença dos advogados, porém, a versão mudou: o réu alegou, inclusive, que Claudia teria causado a própria morte acidentalmente. Danilo relatou que, com a chegada da defesa, a narrativa foi alterada para negar qualquer envolvimento direto.
Em seguida, depôs o delegado Glaucio Stocco, titular do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). Ele disse ter perguntado a Roberto na delegacia o que ele havia feito: “Fiz besteira”, teria respondido, também sem a presença de advogados. Stocco citou ainda movimentações atípicas nas contas do acusado e da vítima, apontando evidências de desvio de recursos na Apae.
Ele mencionou caso de nepotismo, citando Letícia Lobo, filha de Claudia, que, de acordo com Stocco, recebia pagamento da entidade sem demonstrar atividades ou horários registrados.
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