O governo da Argentina apresentou os resultados de uma investigação que aponta a presença de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) operando no país.
Em uma entrevista coletiva nesta terça-feira (5), a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, disse que a investigação detectou 28 pessoas ligadas à facção, com oito delas já detidas. Outras estão foragidas ou com pedido de expulsão e extradição.
Foram identificadas práticas da organização criminosa em prisões argentinas, como cerimônias de iniciação em que novos membros recebem um número de registro, similar ao que ocorre no Brasil.
Também foram citados Elvis Riola de Andrade e Sebastián Marset, envolvidos em tráficos intercontinentais de cocaína que passam pela Argentina.
Segundo a ministra, a investigação do PCC na Argentina buscará determinar "quantos são, onde estão", além de construir um plano sobre "como vamos procurá-los".
O evento tratou da nova estrutura do DFI (o recém-criado departamento de investigações), que transformará toda a operação da polícia em uma agência investigativa, com foco na luta contra gangues de crime organizado atuando no país.
A conferência contou com a presença do chefe do DFI, Pascual Bellizi, a secretária de Segurança, Alejandra Monteoliva, e do chefe da Polícia Federal, Alejandro Rollé.
Segundo Bellizzi, não há uma infiltração importante do PCC na Argentina, em comparação com outros países da região, mas o objetivo é "impedir que eles se estabeleçam no país a todo custo, porque são organizações muito violentas e trazem consigo crimes".
A captura foi confirmada pelo governo argentino, e o Ministério da Segurança informou que está promovendo a extradição do homem, conhecido como "Fábio Nóia".
Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, tratava-se de um dos principais foragidos do estado. O detido tem antecedentes por tráfico de drogas, roubo e homicídios.
Ele é apontado como uma das principais lideranças da maior organização criminosa gaúcha, oriunda da região do Vale dos Sinos.
A Polícia Civil suspeitou de que ele pudesse estar no país, após um período na Bolívia, e entrou em contato com a divisão de Investigações Criminais da polícia argentina.
Fábio Nóia foi conduzido ao sistema prisional de Buenos Aires, para transferência até a cidade de Córdoba, onde tramitará seu processo de extradição para o Brasil. Ele não esboçou reação e não foram encontrados objetos ilícitos com ele.
Segundo o delegado Gabriel Lourenço, que coordenou a ação, a operação é um marco no enfrentamento ao crime organizado na região.
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