Quatro cruzes cobertas com camisas das polícias Militar e Civil foram fincadas nas areias da praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, no fim da tarde desta quinta-feira (30). A homenagem da ONG Rio de Paz lembrou os quatro agentes mortos durante a Operação Contenção, deflagrada na terça (28) nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, segundo balanço do governo fluminense.
As cruzes traziam fotos dos sargentos Heber Carvalho da Fonseca, 39, e Cleiton Serafim Gonçalves, 40, ambos do Bope, além dos policiais civis Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51, conhecido como Máskara, e Rodrigo Velloso Cabral, 34. As imagens foram colocadas abaixo das camisas que representavam as corporações.
Horas antes, os corpos dos dois militares haviam sido velados na sede do Bope, em Laranjeiras, na zona sul, em cerimônia que reuniu colegas de farda, familiares e autoridades. O secretário da PM, coronel Marcelo Menezes, compareceu ao velório e prometeu "resposta à altura desses heróis".
Os dois policiais civis mortos -Marcus Vinícius e Rodrigo Cabral- haviam sido sepultados na quarta-feira (29). O primeiro, no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador; o segundo, no Memorial do Rio, em Cordovil. Ambos foram atingidos durante confronto na chegada das equipes ao Complexo da Penha.
No centro do Rio, familiares de pessoas mortas na operação bloquearam no início da noite, por cerca de uma hora, a avenida Francisco Bicalho, em frente ao IML (Instituto Médico Legal). A via conecta centro, rodoviária e vias expressas como linha Vermelha e avenida Brasil, além da ponte Rio-Niterói.
Os manifestantes afirmaram que o IML havia encerrado o expediente e impedido novas identificações, o que gerou revolta entre as famílias -algumas delas disseram estar no local desde quarta-feira (29), sem respostas. Policiais militares usaram spray de pimenta para dispersar o grupo e liberar o trânsito por volta das 18h30.
Segundo a Polícia Civil, 80 corpos haviam passado por necropsia até a noite de quarta-feira, mas apenas seis tinham sido liberados. A Defensoria Pública, que diz ter atendido 106 famílias, afirmou que pediu para acompanhar as perícias, mas que o acesso ao IML foi negado.
O governo do Rio afirma que, das 121 mortes registradas, 117 seriam de pessoas ligadas ao tráfico de drogas, além dos quatro policiais. A operação, segundo o governador Cláudio Castro (PL), "foi um sucesso", apesar das mortes de agentes de segurança.
 
             
                 
                                                             
             
             
                                                                                             
                                                                                             
                                                                                             
                                                                                                     
                                                                                                     
                                                                                                     
                                            
Comentários: