A China anunciou a suspensão, por 60 dias, da importação de carne de frango brasileira, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária numa granja comercial no Brasil. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante evento em Goiás.
A medida responde à detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma propriedade no município de Montenegro (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre. Trata-se do primeiro foco registrado em uma operação de avicultura industrial no país, que até então havia registrado apenas casos em aves silvestres desde maio de 2023.
Diante do caso, o governo federal decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias na região afetada, com a adoção de um raio de vigilância de 10 km em torno da granja. Aves do local foram sacrificadas e a área isolada. A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul conduz investigações para identificar possíveis novos focos.
Embora a gripe aviária não seja transmitida pelo consumo de carne ou ovos, a confirmação do vírus em unidades comerciais pode impactar diretamente o comércio internacional, como evidenciado pela reação imediata da China, um dos principais destinos da proteína brasileira.
O Ministério da Agricultura afirmou que o Serviço Veterinário Oficial está preparado para lidar com a doença, com protocolos definidos desde os anos 2000. As ações incluem monitoramento de aves silvestres, vigilância epidemiológica em granjas e treinamentos constantes de equipes técnicas.
O episódio também ocorre dias após a morte de 38 aves, entre cisnes e patos, no parque zoológico de Sapucaia do Sul, a cerca de 50 km de Montenegro. O local foi fechado preventivamente e análises laboratoriais estão em andamento para determinar a causa das mortes.
A influenza aviária H5N1 tem se espalhado pelas Américas, com registros recentes em gado leiteiro nos EUA e em leões marinhos na Argentina e no Chile. No Brasil, o governo reforça que o risco de transmissão a humanos é considerado baixo, geralmente restrito a profissionais em contato direto com aves infectadas.
*Com informações do G1 e Folhapress
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