A FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP decidiu romper seu convênio com a Universidade de Haifa, em Israel, em repúdio à política do país governado por Binyamin Netanyahu sobre a Palestina.
Por maioria, a decisão foi aprovada em congregação da unidade realizada nesta quinta-feira (23). Trata-se da primeira faculdade da USP a tomar uma medida do tipo. A ruptura é de cooperações técnicas e não afeta programas de intercâmbio, inexistentes entre as instituições.
O diretor da FFLCH, Ádrian Fanjul, argumentou que "o agravamento dos crimes em Gaza" o fez, "com muito desgosto, concordar com a necessidade deste gesto simbólico". "São práticas, sádicas, como matar de fome pessoas que saem desesperadas atrás de alimento."
Com a decisão, a faculdade segue outras, como UFF (Universidade Federal Fluminense), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFC (Universidade Federal do Ceará) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), que também romperam relação com centros de ensino israelenses.
Alunos e professores já vinham pedindo a suspensão do convênio desde o ano passado. Houve, porém, vozes dissonantes. Graduandos do curso de hebraico diziam estar sendo prejudicados pela discussão e temiam perder a possibilidade de contato cultural com o Estado judeu.
Tal argumentação não foi acatada em razão da não possibilidade de intercâmbio.
Na congregação desta quinta, a FFLCH também aprovou que seja encaminhada ao Conselho Universitário, órgão máximo da USP, uma proposta de rompimento total de cooperações com universidades de Israel, em todas as faculdades.
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