No dia 25 de maio de 2019, o ex-atacante Roni, com passagens por Santos, Flamengo, Fluminense e seleção brasileira, acompanhava o duelo entre Botafogo e Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, em um dos camarotes do estádio Mané Garrincha, em Brasília, quando foi surpreendido por homens da Polícia Civil do DF.
Responsável pela assistência que resultou no primeiro gol de Neymar no time profissional do Santos, ele saiu do estádio algemado e passou uma noite na cadeia.
Atuante no mercado de compra e venda de mandos de campo para levar grandes equipes do Sudeste para outros centros do país, o ex-jogador era suspeito de manipular os borderôs de partidas no Mané Garrincha.
Segundo as investigações, Roni e seus sócios tinham fraudado os borderôs de ao menos 18 jogos no estádio de Brasília, de 2015 a 2017, com uma sonegação fiscal que somaria cerca de R$ 300 mil.
Passados mais de seis anos do episódio na capital federal, o Ministério Público pediu o arquivamento do inquérito por falta de provas.
"Passei um período muito difícil. Foram realmente seis anos bem complicados. Foi um impacto muito grande em nossas vidas", afirmou Roni.
"Infelizmente, a pandemia também nos atrapalhou. Isso fez com que o processo ficasse ainda mais demorado", acrescentou o ex-jogador, campeão carioca com o Fluminense, em 2002, e com o Flamengo, em 2007.
Roni nega que tenha cometido qualquer irregularidade.
O ex-atacante acrescentou que, por conta da investigação, teve dificuldades para conseguir empréstimos bancários para tocar os negócios nos últimos anos. Além disso, chegou a ser questionado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) sobre o andamento do processo ao tentar tirar a licença para trabalhar como agente de jogadores, tendo de levantar uma série de documentações para satisfazer a entidade.
Apesar dos contratempos, ele disse que pôde contar nesse período com o apoio de amigos, familiares e parceiros de negócios.
O ex-jogador continua atuando no mercado de compra de mando de campo, com a realização neste ano de cinco partidas do Flamengo, pelo Campeonato Carioca, no Nordeste, e do confronto entre Cruzeiro e Vasco, pelo Brasileiro, em Uberlândia.
Essa não é mais, no entanto, a principal área de atuação do tocantinense de Aurora do Tocantins. "A maioria dos clubes está muito resistente em fazer esse tipo de venda de mando de campo atualmente."
Vitória e Mirassol, da Série A do Brasileiro, estão entre os clientes da empresa, assim como Remo e Atlético Goianiense, da Série B, e Guarani e Botafogo-PB, da Série C.
"Temos a expectativa de conseguir pelo menos três novos clubes da Série A em 2026, para nos posicionar entre as três maiores empresas do mercado nessa área."
Após alcançar um faturamento geral de aproximadamente R$ 18 milhões em 2024 em suas empresas, ele trabalha com uma estimativa de R$ 35 milhões para 2025.
Em recente visita à Baixada Santista, o ex-jogador conheceu o Instituto Neymar, a convite de Neymar da Silva Santos, pai de Neymar, fazendo a instalação do sistema de acesso via reconhecimento facial, sem custos.
"Estava jogando de centroavante, mas sempre me movimentei muito. Fiz um cruzamento com a perna esquerda, ele fez de peixinho e saiu comemorando para o outro lado, com o soco no ar. Foi depois que ele lembrou que eu que dei a assistência e se virou para o meu lado para me abraçar", recordou.
Ele lembrou que Neymar sempre foi alegre e brincalhão com os colegas de equipe, mas também se mostrava disposto a trabalhar e ouvir os mais experientes. "Todo o mundo que conviveu naquele Santos de 2009 sabia que o Neymar se tornaria um gigante do futebol brasileiro."
"Estávamos perdendo por 2 a 1 quando fiz o gol de empate, em um jogo com mais de 100 mil pessoas no estádio Azteca. Aquela memória dificilmente será apagada."
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