Após o anúncio do início do processo de caducidade do contrato de concessão de serviços de distribuição de energia em 24 municípios de São Paulo, a Enel informou nesta quarta-feira (17) que irá fazer investimentos de R$ 10 bilhões, com foco na aceleração da transição para redes subterrâneas, investimentos na resiliência de sua rede e na digitalização de sua fiscalização e no aumento das medidas preventivas.
"A solução necessária exige investimentos maciços em redes resilientes e digitalizadas, além da implantação em larga escala de uma rede de distribuição subterrânea. Essa medida requer um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas, definindo as modalidades mais apropriadas para uma remuneração adequada desse investimento. A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas", informou a Enel em nota.
Em outras ocasiões, o enterramento dos fios já foi rechaçado pela empresa, que dizia ser inviável financeiramente.
Na semana passada, milhões de clientes da distribuidora ficaram sem energia elétrica por mais de cinco dias após a queda de árvores sobre a rede de fios, que destruiu cabos e postes.
A empresa diz que tem ampliado suas contratações, tanto de pessoal direto quanto de terceirizados, com aumento nos custos na ordem de 30% comparando os três trimestres de 2025 com o mesmo período de 2024. Segundo a Enel, o número de contratados aumentou 15%, com mais de 4,6 mil no ano.
Os custos com serviços de poda e manutenção de árvores também tiveram aumento, da ordem de 16,8%, e expansão dos investimentos, chegando aos R$1,9 bilhões de investimentos acumulados no ano, 25,8% acima do mesmo período de 2024.
A receita operacional líquida da empresa cresceu 8,9% em relação a 2024 e superando os R$ 16 bilhões, com lucros de cerca de R$ 650 mil até setembro.
"A distribuidora confirma o cumprimento integral dos indicadores regulatórios, tendo apresentado avanços consistentes em todos os índices relacionados à qualidade do serviço, conforme comprovado pelas fiscalizações recentemente realizadas pela agência reguladora", complementa a concessionária.
Aneel
Em nota à imprensa divulgada hoje, a Aneel informou ter incluído as informações sobre a recente interrupção prolongada concentrada na área de concessão da Enel-SP junto ao processo de monitoramento que estabeleceu após o apagão de outubro de 2024.
Após a interrupção em 2024 a agência emitiu termo de intimação, que é uma etapa preparatória para recomendação da caducidade do contrato a ser encaminhada ao Ministério de Minas e Energia.
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