O depoimento de Dilomar Batista, acusado de participação na ocultação do corpo de Claudia Lobo, ex-secretária da Apae Bauru, na tarde/noite desta quinta-feira (9), no Tribunal do Júri, trouxe novos detalhes sobre o crime. Em um relato emocionado e com possíveis contradições, ele afirmou que só tomou conhecimento da existência de um corpo no veículo Spin no momento em que foi até o local para queimar documentos - e que, naquele instante, viu o que acreditou ser uma pele humana enrolada em tecido.
Segundo Dilomar, o então presidente da Apae, Roberto Franceschetti, chegou ao local e, ao ser questionado sobre o que havia feito, respondeu de forma fria. “Ele me disse: Já tá feito, fica de boa", afirmou Dilomar. "E ainda completou que, se eu abrisse a boca, quem teria a perder seria eu e minha família”, contou o réu, que declarou ter sentido medo desde aquele momento.
O depoente relatou que, inicialmente, pensou que o corpo pudesse ser o da esposa de Franceschetti. Disse ainda que viu o presidente jogar o corpo no fogo junto com outros materiais que estavam sendo queimados. De acordo com ele, a ameaça teria sido o principal motivo para que permanecesse em silêncio por tanto tempo.
Durante o interrogatório, Alisson Caridi, advogado de Letícia, filha de Claudia, confrontou Dilomar com algumas inconsistências em seu depoimento. Ele questionou, por exemplo, o fato de que, apesar de alegar estar sendo ameaçado, o réu teria combinado um churrasco com Franceschetti poucos dias antes da prisão do ex-presidente da Apae. O defensor também abordou um depósito de R$ 1.000 feito por Franceschetti na conta de Dilomar, apontado como suspeito. O depoente respondeu que o valor se referia a um serviço de concretagem.
Enquanto Dilomar prestava o depoimento, Letícia se emocionou e chorou bastante no plenário.
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