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Davi Alcolumbre se nega a pautar impeachment de Moraes

Alcolumbre, respaldado por outros líderes, recusou-se a negociar a votação de qualquer outro projeto da oposição antes que a obstrução fosse encerrada

Davi Alcolumbre se nega a pautar impeachment de Moraes
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), impôs derrota ao bolsonarismo após se negar a dar andamento à proposta de impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Senadores que se rebelaram depois da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agora tentam usar as 41 assinaturas que obtiveram a favor do impedimento do ministro para pressionar o presidente da Casa.

Alcolumbre retomou a mesa de onde o presidente do Senado conduz as sessões deliberativas na manhã desta quinta-feira, após dois dias em que ela ficou ocupada pelos bolsonaristas amotinados. Os dois dias em que a Casa ficou impedida de ter votações - terça (5) e na quarta (6) - são aqueles em que normalmente há mais deliberações.

Além de se negar a pautar o impeachment de Moraes, Alcolumbre, respaldado por outros líderes de bancada, recusou-se a negociar a votação de qualquer outro projeto da oposição antes que a obstrução fosse encerrada.

"Para usar as palavras dele [Alcolumbre], 'não há hipótese de que eu coloque para votar essa matéria [impeachment de Moraes]'", disse o líder do PSB no Senado, Cid Gomes (CE), depois de reunião na casa de Alcolumbre na noite de quarta-feira (6), quando o presidente do Senado recebeu apoio para debelar a rebelião.

Segundo Cid, Alcolumbre disse que a prerrogativa de iniciar um processo de impeachment contra um ministro do Supremo é apenas dele, mesmo que 80 senadores assinem requerimento nesse sentido. Havia alguns bolsonaristas na reunião.

A quantidade de assinaturas pelo impeachment tem valor simbólico. O bolsonarismo agora pode dizer que tem apoio da maioria dos 81 senadores para o processo de cassação de Moraes. O número, porém, não tem valor frente ao regimento do Senado: a decisão de colocar ou não a proposta para andar cabe exclusivamente a Alcolumbre.

A reportagem apurou que alguns dos senadores que constam entre os signatários do pedido de impeachment de Moraes se colocaram contra o motim bolsonarista. Um exemplo é o do representante do União Brasil na reunião com Alcolumbre, Jayme Campos (MT), que assinou o documento e mesmo assim respaldou o presidente do Senado.

Cid falou a jornalistas depois que a maior parte dos líderes deixou a casa de Alcolumbre. Representantes da oposição bolsonarista ficaram para uma segunda conversa. Eles queriam ter uma reunião separada.

Na manhã desta quinta, depois das reuniões da noite, líderes bolsonaristas conversaram no gabinete da senadora Tereza Cristina (PP-MS). De lá, foram para o plenário encontrar os aliados e desocuparam o local.

"Agora há pouco nós conseguimos a 41ª assinatura que requer a abertura de processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes pelos crimes de responsabilidade praticados", disse o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), ao deixar o plenário.

A 41ª assinatura foi do senador Laércio Oliveira (PP-SE). Ele demonstrava resistência a endossar o documento, mas foi convencido pela manhã.

Líderes ouvidos pela reportagem dizem não ter havido nenhum acordo entre Alcolumbre e os bolsonaristas, mas sim o que seria uma saída honrosa construída por senadores da oposição próximos ao presidente da Casa.

O cenário foi diferente do enfrentado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). O deputado precisou abrir caminho entre colegas rebelados e demorou seis minutos para chegar à sua cadeira. Também necessitou da ajuda de um de seus padrinhos políticos, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), para negociar a retomada do controle do plenário.

Uma reunião de Alcolumbre com líderes partidários do Senado chegou a ser marcada para a tarde de quinta-feira. Seria o espaço para os bolsonaristas, já com a rebelião encerrada, negociarem projetos de seu interesse. O encontro, porém, ficou para semana que vem.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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