A última janela de transferências de 2025 do futebol brasileiro se fechou às 23h59 de terça-feira (2) com os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tendo gastado cerca de R$ 1,26 bilhão em contratações de reforços, segundo compilação de dados do site Transfermarkt.
O montante é praticamente o mesmo gasto pelas equipes na segunda janela de 2024, quando os investimentos com contratações somaram R$ 1,27 bilhão, em valores corrigidos pela inflação.
Em relação à primeira janela do ano, quando os clubes tradicionalmente fazem mais contratações para o início da temporada, houve uma queda de cerca de 40%.
Das dez maiores contratações, nove foram do trio, responsável por movimentar cerca de R$ 740 milhões, pouco mais da metade do volume total de contratações na Série A do Brasileiro.
Consideradas as dez maiores transferências em cada uma das últimas seis janelas de transferência no Brasil, Palmeiras, Flamengo e Botafogo respondem por mais da metade delas (33 de 60).
Das 20 maiores transferências no intervalo, o trio é responsável por 18, com um investimento somado de R$ 1,8 bilhão.
A contratação mais cara entre os 20 clubes da elite do Brasil nesta última janela foi a do volante Danilo, que trocou o Nottingham Forest, da Ingalterra, pelo Botafogo, em um negócio de 23 milhões de euros (R$ 146 milhões). É o terceiro maior valor investido por um clube do país em uma contratação, atrás do argentino Thiago Almada, contratado pelo alvinegro por 24,15 milhões de euros (R$ 154 milhões), e de Vitor Roque, comprado pelo Palmeiras por 25,5 milhões de euros (R$ 162 milhões).
Vêm em seguida Samuel Lino e Carrascal, contratados recentemente pelo Flamengo por 22 milhões (R$ 140 milhões) e 12,5 milhões de euros (R$ 79,5 milhões), respectivamente. O rubro-negro ainda adquiriu o lateral direito Emerson Royal por 9 milhões de euros (R$ 57,2 milhões).
A única contratação no top 10 que não foi de Flamengo, Palmeiras ou Botafogo foi a do atacante equatoriano Keny Arroyo, que chegou do Besikitas, da Turquia, para o Cruzeiro, por 8 milhões de euros (R$ 50,9 milhões).
"Vários clubes que têm histórico de contratações foram bastante controlados, como Corinthians, São Paulo, Grêmio, RB Bragantino e Vasco, fruto da incapacidade financeira de arcar com contratações", afirmou César Grafietti, economista e sócio da consultoria Convocados.
"Após um mercado tão aquecido no início do ano, era natural que houvesse uma acomodação agora, porque os clubes fizeram o que sempre fazem: anteciparam movimentações contando com o aumento de receitas previsto para 2025, seja de direitos de transmissão, seja de valores comerciais impulsionados pelas bets", disse o economista.
Professor da FIA Business School, Michel Fauze Mattar acrescentou que as movimentações recentes podem indicar o início de um comportamento menos agressivo por parte dos clubes, em função do "evidente estágio de deterioração de suas finanças", e também pela iminente introdução do sistema de "fair play financeiro" pela CBF.
As 10 contratações mais caras da janela
- Danilo (Botafogo) R$ 146 milhões
- Samuel Lino (Flamengo) R$ 140 milhões
- Carrascal (Flamengo) R$ 79,5 milhões
- Ramón Sosa (Palmeiras) R$ 79,5 milhões
- Arthur Cabral (Botafogo) R$ 76,3 milhões
- Andreas Pereira (Palmeiras) R$ 63,6 milhões
- Emerson Royal (Flamengo) R$ 57,2 milhões
- Keny Arroyo (Cruzeiro) R$ 51 milhões
- Álvaro Montoro (Botafogo) R$ 50,2 milhões
- Jefté (Palmeiras) R$ 44,5 milhões
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