Câmara Municipal de Pirajuí cassa mandato da prefeita Rosa
Os vereadores da Câmara Municipal de Pirajuí aprovaram o Relatório Final da Comissão Processante (CP) nº. 01/2025 com 8 votos favoráveis e três contrários. Com isso, ficou decretada a cassação do mandato da prefeita municipal, Rosalina Sônia dos Santos, Rosa (PL).
O Julgamento do Parecer Final aconteceu nesta sexta-feira (12), às 13 horas, durante sessão extraordinária que durou mais de nove horas, terminando por volta das 22H30m.
A CP foi instaurada após a aprovação do pedido protocolado por uma munícipe que afirma que a prefeita teria contratado diversos moradores como pessoa jurídica sem que houvesse processo licitatório e que os contratados estariam executando funções que deveriam ser desempenhadas por servidores concursados, conforme prevê a lei. Estas contratações já seriam recorrentes desde 2017.
A Comissão foi formada pelos vereadores: Cleber Nelzi de Souza (MDB ) – presidente; Roberto Leandro Bandeira Bento (MDB) – relator e
Flávio Aparecido Pereira – “Tenente Flávio” (Podemos) – membro.
O relatório apresentado pelo relator Leandro Bandeira Bento, com apoio do presidente Cleber Nelzi, opinou pela procedência das denúncias. Já o Tenente Flávio discordou e se manifestou pela improcedência. Ele apresentou um parecer a parte, já que não concordou com as denúncias formuladas contra a prefeita.
Defesa cita domínio de grupo político e suas ramificações
O advogado de defesa, Jeferson Daniel Machado frisou em sua explanação que Pirajuí ainda vive sob o jugo de um grupo político que ao longo de vários anos dominou a cidade, beneficiando algumas poucas pessoas e prejudicando a atual administração municipal, não deixando a prefeita Rosa administrar. “Aquele grupo político que dominou a cidade no passado, beneficiando um pequeno grupo de pessoas, não se conformou com o resultado das urnas e passou, então, através de suas ramificações que ainda possui dentro do meio político na cidade, a querer abreviar o mandato da prefeita que foi eleita pelo povo, desrespeitando a vontade da população”, disse o defensor. Ele acrescentou expondo que esse grupo político aproveitando-se de suas ramificações acabou criando um cenário que favorecesse a cassação da atual prefeita.
Dr. Jeferson Machado também desqualificou a Comissão Processante enfatizando que se trata de suma CP completamente sem sentido porque as denúncias feitas contra a prefeita já vinham acontecendo em mandatos anteriores, ou seja, desde 2017. “Se essas contratações já vinham ocorrendo nos últimos mandatos porque somente agora decidiram fazer a denúncia agora?!” – questionou. Frisou ainda que a Justiça deu o prazo de 180 dias para que a prefeita Rosa se adequasse as normas, portanto não haveria a necessidade de se abrir uma CP.
“Por favor, deixem-me trabalhar porque eu tenho muito o que fazer por Pirajuí”.
A prefeita Rosa também fez uso da palavra no tempo direcionado a sua defesa: “Estou eu, hoje aqui, sentada num banco de réus sem ter cometido nenhum crime. Fui eleita pela população e vocês sabem que toda autoridade é constituída por Deus e se hoje, estou prefeita de Pirajuí, foi Deus que me deu essa oportunidade”.
Ela disse também que apesar da perseguição política que sofreu, conseguiu vencer. “Por eu ter caráter e princípios, esse grupo politico me colocou para cuidar do Cemitério, já que sou funcionária pública, e alí fiquei por seis anos, mas sempre com a ajuda de Deus consegui dar a volta por cima e me tornei prefeita, sendo escolhida por Deus e pelo voto popular. Por isso, agora, eu peço, por favor, deixem-me trabalhar porque eu tenho muito o que fazer por Pirajuí”.
Logo depois da explanação da prefeita, o presidente da Câmara Municipal, Ademir José Alves (China) deu início a votação.
Três vereadores discordaram do relatório da CP e votaram contra a cassação
Os vereadores Flávio Aparecido Pereira, Tenente Flávio (Podemos), Ricardo Cury (Republicanos) e Jonathan Cristhian Zancan Martins. Johnny (PL) não concordaram com o relatório final apresentado pela Comissão Processante e votaram contra a cassação de Rosa.
Já os vereadores: Ademir José Alves, “China” (PSDB), Cleber Nelzi de Souza (MDB), Danilo Ferreira da Silva, “Danilo Zú” (PSB), Eduardo Aquiles Grivol, “Duzão” (União), Eukles José Campos (PSDB), Jéssica Aparecida Dalboni Borges, “Jéssica Dalboni” (PSDB), Roberto Leandro Bandeira Bento (MDB) e Yara Falavinha (Republicanos) votaram pela cassação da atual prefeita.
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