O café entrou em 2025 como um dos principais vilões da inflação e deve seguir caro ao consumidor em 2026, apesar da expectativa de um leve alívio nos preços. Analistas avaliam que a queda tende a ser moderada e insuficiente para devolver o produto a patamares considerados acessíveis no varejo supermercadista.
Segundo o pesquisador Renato Garcia Ribeiro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com condições climáticas mais favoráveis para a safra atual, os efeitos acumulados de anos de calor excessivo e seca ainda limitam a recuperação dos cafezais. A oferta, afirma, segue abaixo do necessário para atender plenamente a demanda, o que reduz o espaço para quedas mais expressivas nos preços ao consumidor.
As projeções climáticas para o fim de 2025 e início de 2026 indicam chuvas regulares durante a florada, o que pode favorecer a produção de café arábica. No entanto, por se tratar de uma cultura bienal, parte das lavouras ainda estará em fase de recuperação, limitando ganhos rápidos de produtividade.
Do lado do abastecimento, o cenário segue apertado. Estoques baixos no Brasil e demanda global crescente mantêm o mercado pressionado. O Itaú BBA projeta que apenas na safra 2026/2027 a produção mundial deve superar o consumo. Até lá, exportações podem seguir restritas, com impacto direto nos preços praticados no varejo.
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