Uma creche municipal foi invadida por criminosos em fuga durante uma operação da Polícia Militar na manhã dessa quarta-feira (24) no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, zona norte do Rio de Janeiro. Ninguém ficou ferido, segundo a Secretaria Municipal de Educação.
Havia crianças na unidade, e uma das janelas foi atingida por um tiro. Em outro ponto da comunidade, uma cadelinha foi baleada.
"Por pouco, um bebê não foi atingido, que por sinal, estava na sua hora de descanso acompanhado por professores e nossos profissionais. (...) As nossas escolas não podem ser utilizadas como escudo ou rota de fuga de bandidos", disse o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, classificando o episódio como "inadmissível".
De acordo com a Polícia Militar, a ação no Morro do Juramento foi conduzida pelo 41º BPM (Irajá) e resultou na apreensão de três fuzis e drogas. Um homem foi baleado no confronto e levado para o Hospital Getúlio Vargas.
Mais cedo, em Turiaçu, Madureira e Rocha Miranda, criminosos usaram 13 ônibus para bloquear ruas e impedir a circulação da polícia. Um reboque que retirava um coletivo da linha 940 (Ramos-Madureira) foi interceptado, e as chaves levadas. A Secretaria Municipal de Ordem Pública informou que os veículos terão que ser removidos posteriormente.
A ofensiva policial também provocou transtornos no transporte público. Segundo a Rio Ônibus, 14 linhas tiveram seus itinerários desviados para garantir a segurança de passageiros e rodoviários. O corredor Transcarioca do BRT chegou a ter a circulação interrompida, retomando a normalidade apenas no fim da tarde.
Houve ainda bloqueios intermitentes em ruas movimentadas, como a Conselheiro Galvão, em Madureira, e a Ministro Edgard Romero, em Vaz Lobo, o que obrigou motoristas a evitarem a região.
Escolas sob risco
O episódio na Creche Acalanto não é isolado. No dia 15 de agosto, um estudante de sete anos foi ferido por uma bala perdida dentro da Escola Municipal Professora Marisa Vargas Menezes, em Rio das Pedras, durante aula de educação física.
Entre fevereiro e setembro deste ano, 508 escolas municipais foram afetadas pela violência armada no Rio, de acordo com dados da Secretaria de Educação. Ao todo, 170 mil alunos tiveram aulas interrompidas ao menos uma vez no período.
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