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A história por trás do isolamento de cardeais para eleger um papa

Cardeais se reúnem em Roma para o conclave de 1978, que elegeu Karol Wojty?a.

A história por trás do isolamento de cardeais para eleger um papa
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A prática de trancar cardeais em uma sala até que escolham o novo Papa, conhecida como conclave, nasceu de um impasse histórico. Foi no século XIII, na cidade italiana de Viterbo, que esse modelo de eleição papal começou a tomar forma, após uma escolha que durou quase três anos.

No ano de 1268, após a morte do Papa Clemente IV, a Igreja enfrentava um longo período de sede vacante. Dos 20 cardeais eleitores, 19 se reuniram em Viterbo, a cerca de 90 km ao norte de Roma, para eleger o novo pontífice. O processo, no entanto, se arrastou por mais de mil dias — o mais longo da história — e só terminou graças à pressão dos moradores locais.

Na tentativa de forçar uma decisão, os cidadãos de Viterbo, liderados por Raniero Gatti, trancaram os cardeais dentro do Palácio dos Papas, limitando-lhes a dieta a pão e água. O termo latino “cum clave” (com chave), usado para descrever esse confinamento, deu origem à palavra conclave. Somente em setembro de 1271, após mais de três anos, foi eleito o Papa Gregório X.

A experiência mostrou aos cardeais a necessidade de regras mais claras. Gregório X então instituiu a constituição apostólica Ubi periculum, estabelecendo normas para as futuras eleições papais, como o isolamento dos cardeais e o sistema de votação em segredo. O texto viria a ser incorporado ao direito canônico por Bonifácio VIII e tornou-se a base do conclave moderno.

Viterbo, além de ter abrigado nove papas entre 1257 e 1281, entrou para a história como o berço do conclave e como o cenário da eleição mais demorada da Igreja Católica.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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