A partir deste ano, a USP (Universidade de São Paulo) participará do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), que avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação no Brasil.
A adesão foi aprovada pelo Conselho Universitário em reunião realizada nesta terça-feira (24). A instituição levou 21 anos para entrar na avaliação.
"A USP, no passado, promoveu discussões e optou por não participar do Enade. Por isso, gostaria que este fosse um processo muito discutido com a comunidade acadêmica e isso foi feito pela Pró-Reitoria de Graduação. Entendo que a USP, que é uma das universidades mais importantes do Brasil, deve ser um parâmetro de qualidade na graduação, assim como o é na pós-graduação, por meio da avaliação da Capes", diz o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.
A universidade seguirá os ciclos trienais do Enade e observará as áreas de avaliação definidas anualmente pelo MEC (Ministério da Educação).
"A adesão ao Enade foi construída de forma dialogada junto à comunidade docente e discente da USP, buscando-se alinhar nosso compromisso institucional com a qualidade da formação à responsabilidade pública de dar transparência à avaliação externa do aprendizado de nossos estudantes, conduzida no âmbito do Sinaes", diz o pró-reitor de graduação, Aluisio Segurado.
O desempenho dos cursos no Enade influencia diretamente o conceito preliminar de curso, um indicador utilizado pelo Ministério da Educação para regulação e supervisão dos cursos de nível superior do Brasil. Os alunos são avaliados em relação aos conteúdos programáticos, às habilidades e às competências adquiridas ao longo da formação.
Serão avaliados os seguintes cursos: licenciaturas em artes visuais, ciências biológicas, ciências sociais, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, música, pedagogia e química; e bacharelados em administração, ciências contábeis, ciências econômicas, design, direito, jornalismo, medicina, psicologia, publicidade e propaganda e relações internacionais.
Críticas
Nos conselhos das faculdades, a comunidade acadêmica lamenta a implementação do exame, argumentando haver o risco de piora dos cursos devido aos efeitos secundários de ser avaliada por um exame classificado como de simples demais.
Professores e diretores dizem também que, aderindo a uma forma de regulação, a universidade perde a chance de desenhar avaliações próprias, ricas e multifacetadas dos seus cursos.
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