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'Trabalhador não é gado', diz primo de passageiro morto no metrô

Locomotiva da rede do Metrô, em São Paulo

'Trabalhador não é gado', diz primo de passageiro morto no metrô
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Familiares e amigos de Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno, que morreu após ficar preso no vão entre o trem e a porta de segurança da plataforma da estação Campo Limpo do metrô, cobraram justiça durante o enterro da vítima, nesta quinta-feira (8). O corpo de Lourivaldo foi velado e sepultado no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, cidade da Grande São Paulo onde ele morava.

"Trabalhador não é gado para ser amassado em metrô. A gente pede pelo menos que vá trabalhar com dignidade e volte com segurança", disse Caio Ferreira Freitas, primo de Lourivaldo. "Como está funcionando uma linha que acabou de deixar uma tragédia na nossa família? Por que o metrô não foi interditado?", declarou.

Em menos de duas horas após a morte de Lourivaldo, funcionários da linha 5-lilás fizeram a limpeza do local da ocorrência e a operação voltou a funcionar na estação Campo Belo. A ViaMobilidade disse que tomou a medida para atender uma lei federal que determina o reestabelecimento da circulação dos trens mais rápido possível.

"Pra mim, não é um acidente. O metrô não podia circular nesse momento. Por que [a porta] fechou e acabou com o meu filho?", questiona o pai, Lourivaldo dos Santos.

Um agente de segurança da ViaMobilidade disse à polícia que ouviu barulhos vindos da plataforma, por volta das 8h10. Mas, quando ele e outros seguranças chegaram ao local, encontraram a vítima nos trilhos sem sinais vitais.

Segundo a concessionária, o passageiro tentou entrar no vagão mesmo após os avisos sonoros.

Antes de enterrar o corpo, Gisele de Sousa, irmã de Lourivaldo, prestou uma homenagem com um canto em pataxó, língua da etnia indígena à qual a família pertence. Ela e a mãe, Damares de Sousa, moram na aldeia de Barra Velha, no sul da Bahia, e foram ao velório em Taboão da Serra com ajuda da aldeia.

Pai de três filhos, Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno trabalhava como repositor de supermercado, dava aula de natação e estudava educação física.

Ele iria completar 36 anos no próximo domingo (11), no Dia das Mães, e planejava fazer um churrasco para comemorar com toda a família. "Ele era a alegria dessa família, conquistava a todos com seu jeito contagiante e alegre. Tinha um coração enorme, vivia pelos filhos e era um pai exemplar", relembra o primo.

A ViaMobilidade disse que está em contato com o pai do passageiro e que se ofereceu para arcar com os custos do sepultamento e deslocamento da família.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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