As ameaças constantes da família Bolsonaro a ministros do Supremo esgotaram a paciência na Corte. Até ministros mais contidos dizem que não é possível, todos os dias, a família Bolsonaro ou algum porta-voz de Donald Trump mandar recados para amedrontá-los.
Nas palavras de um ministro, é preciso dar um basta nessa “infantilização coletiva” pela qual ou você faz o que eu quero, ou eu vou te punir. E uma das alternativas é usar a reciprocidade.
A resposta deve vir na ação protocolada pelo PT para impedir que os bancos brasileiros sejam punidos caso operem contas de sancionados pela Magnitsky.
Com oito dos onze ministros no radar de Trump, o Supremo não tem outra opção a não ser congelar qualquer efeito da Magnitsky. E os bancos terão que escolher de que lado estão, caso, mesmo assim, mantenham restrições aos clientes.
Os principais bancos brasileiros usam os serviços da empresa americana para infraestrutura central, inovação, agilidade e economia operacional. Enquanto isso, empresas brasileiras de varejo fizeram chegar ao Supremo que existem outras alternativas.
A Magazine Luiza, por exemplo, tem a sua própria rede – a Magalu Cloud, desenvolvida para baixar custos com tecnologia em nuvem e eliminar a dependência.
Um ministro compara a situação de dependência as empresas norte-americanas à da pandemia, quando o mundo todo ficou refém de insumos da China para a fabricação da vacina.
Para distensionar o ambiente político, ministros da Corte também conversam sobre a hipótese de o Congresso votar o projeto de anistia a Jair Bolsonaro, uma das condicionantes de Trump para mudar de assunto.
No jogo de ameaças, não cabe ao Supremo usar da mesma arma que condena, afirma o magistrado.
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