Pirajuí Rádio Clube FM

Geral

Polícia Civil já ouviu 11 pessoas sobre queda de balão que matou oito em SC

Mais sete passageiros devem prestar depoimento nesta semana; fogo teria começado em maçarico dentro do cesto

Polícia Civil já ouviu 11 pessoas sobre queda de balão que matou oito em SC
A imagem mostra uma sequência de três fotos de um objeto em chamas caindo do céu. O objeto parece ser um veículo ou uma estrutura, e está emitindo fumaça. No fundo, há um céu azul claro e, na parte inferior da imagem, algumas pessoas observam a cena em um
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Polícia Civil de Santa Catarina já ouviu seis pessoas, inclusive o piloto, que estavam no balão que pegou fogo e caiu neste sábado (21) em Praia Grande (SC). O acidente matou oito pessoas e deixou 13 feridos. Os corpos começaram a ser velados e enterrados.

delegado-geral da Polícia Civil catarinense, Ulisses Gabriel, afirmou, em nota à Folha, que outras cinco pessoas foram ouvidas dede sábado. Ou seja, 11 já prestaram depoimento.

De acordo com os bombeiros, 21 pessoas estavam a bordo, incluindo o piloto. O balão caiu em uma área de vegetação, distante cerca de 9 quilômetros do centro da cidade.

Esses depoimentos devem ser feitos ao longo desta semana.

Paralelamente, disse Gabriel, está em elaboração um relatório de investigação com base em materiais audiovisuais e documentos apreendidos.

"A equipe também aguarda os laudos periciais, especialmente os exames técnicos, que serão fundamentais para esclarecer as circunstâncias do acidente", afirmou.

Em entrevista coletiva no sábado, representantes das forças de segurança do estado afirmaram, segundo os relatos iniciais, que o balão apresentou um problema já no ar, após a decolagem. Ele teria ficado pouco mais de quatro minutos no ar.

O piloto conseguiu realizar uma descida de emergência, chegando próximo ao solo. Neste momento, 13 ocupantes, incluindo ele, conseguiram saltar do cesto.

Com o alívio abrupto de peso, a estrutura subiu de forma descontrolada, com oito pessoas, que não conseguiram saltar. Quatro delas se jogaram de uma altura mais elevada. As outras quatro teriam morrido com o choque do cesto no chão.

A suspeita é que um incêndio tenha começado no próprio cesto, possivelmente causado por um maçarico que não fazia parte da estrutura original da aeronave. De acordo com a polícia, esse foi o relato de mais de um dos ouvidos na investigação.

No sábado, o delegado de Praia Grande Tiago Luiz Lemos afirmou que o piloto relatou que houve uma chama no interior do cesto e que, quando o balão estava bem próximo ao solo, ele ordenou para que as pessoas pulassem.

Em depoimento, ele disse que tentou usar o extintor de incêndio para conter as chamas, mas o equipamento falhou.

O maçarico, de acordo com o relato ao policial, estava dentro do cesto.

O piloto não soube dizer se ele ficou aceso ou se teve uma chama espontânea, afirmou o delegado a jornalistas na manhã deste sábado. "Mas o fogo teria começado no maçarico", afirmou.

Um piloto de balão ouvido pela reportagem afirmou que o maçarico acionado pode ter sido o reserva, que é levado em uma bolsa caso o principal, que é considerado o motor do balão, apague.

"[Havia] Uma chama no interior do cesto, então ele [piloto] começou a baixar o balão. Quando o balão estava bem para o máximo solo, ele ordenou para que as pessoas pulassem", disse sábado o delegado de Praia Grande.

Segundo o policial, as chamas começaram a aumentar, e o balão subiu novamente, mas caiu depois por falta de sustentação.

O perito-geral adjunto, Douglas Balen, disse que foi realizado um mapeamento 3D de toda a área do acidente, o que que permitirá uma análise detalhada do local.

Na entrevista coletiva de sábado à tarde, o delegado-geral afirmou que a investigação apura, inclusive, as condições climáticas, para que ocorresse o voo pela manhã. Ele citou a instabilidade dos últimos dias no sul de Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul.

A polícia espera concluir o inquérito em até 30 dias. A investigação, disse o delegado Gabriel, tenta descobrir se houve prática criminosa, como eventual negligência e imperícia por parte da empresa ou do piloro.

"Eventualmente o proprietário e também o piloto podem ser indiciados pela prática de crimes como homicídios dolosos ou culposos. Vamos apurar os fatos para saber se emergem para práticas criminosas", afirmou.

Segundo a empresa, o acidente ocorreu "mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso piloto, que possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam a bordo do balão".

FONTE/CRÉDITOS: Folha de S.Paulo
Comentários:

Veja também