A mulher de 37 anos assassinada a facadas na manhã desta segunda-feira (8), em Bauru, havia conseguido uma medida protetiva de urgência contra o ex-companheiro há apenas 20 dias. Jéssica Pereira Silva foi atacada em via pública enquanto chegava para trabalhar como cuidadora de idoso, na quadra 3 da rua João Esteves de Souza, no Jardim Carolina.
O agressor, José Felipe Tozi Cândido, de 38 anos, fugiu após o crime, mas acabou morto horas depois em confronto com o 13º Baep, que o localizou em uma área de mata na rua André Luiz dos Santos, no Jardim Niceia. O casal deixa quatro filhos menores de idade.
Já o avô deles foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e teve o celular apreendido. Isso porque enquanto os policiais aguardavam a chegada da perícia no local do feminicídio, um homem se aproximou e se identificou como pai do agressor. Questionado pela equipe sobre como soube onde a vítima estava, ele não soube explicar e apresentou informações desconexas. Os PMs o detiveram sob suspeita de auxiliar na fuga do filho.
Ataque brutal
Jéssica foi golpeada nas costas, na altura do peito, ombro e pescoço. A violência foi tão intensa que a lâmina da faca quebrou durante o ataque, conforme informações preliminares do Samu e da PM. Testemunhas relataram que, mesmo após a vítima cair, o agressor continuou a desferir chutes. A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio.
O crime ocorreu um dia depois das mobilizações nacionais contra a violência de gênero, que também reuniram manifestantes em Bauru, na avenida Getúlio Vargas, para denunciar o avanço dos feminicídios no País.
Histórico
A medida protetiva havia sido concedida em 16 de novembro, após Jéssica e sua mãe, relatarem à Justiça ameaças de morte feitas por José Felipe. Elas descreveram um histórico de agressões físicas, perseguições e invasões ao imóvel da família. Em um dos episódios, ele teria arremessado um objeto contra a janela da casa, quebrando o vidro, e gritado que iria “matar Jéssica”. A mãe relatou ainda que o investigado já havia pegado uma faca para intimidar a ex-companheira.
O levantamento do Núcleo de Apoio à Rede (FNAR) classificou o caso como alto risco, com indícios de descumprimento de medidas anteriores e comportamento violento agravado pelo uso de álcool e entorpecentes. A juíza Daniele Mendes de Melo determinou que José Felipe mantivesse distância mínima de 200 metros da vítima e de seus familiares, sob pena de prisão.
Apesar da determinação judicial, o Oficial de Justiça não conseguiu localizar José Felipe para intimá-lo sobre a medida. Ele esteve no endereço informado e tentou contato telefônico, sem sucesso.
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