Pirajuí Rádio Clube FM

Saúde

Mudança: câncer de cabeça e pescoço vem acometendo mais jovens

A doença pode afetar regiões como glândulas salivares e a pele da face e do pescoço

Mudança: câncer de cabeça e pescoço vem acometendo mais jovens
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Este mês é marcado pela campanha nacional Julho Verde, dedicada à conscientização sobre os cânceres de cabeça e pescoço. Promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), a iniciativa chama a atenção para sinais, sintomas, fatores de risco, formas de prevenção e, principalmente, para a importância do diagnóstico precoce. Alinhado a esse movimento, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) reforça seu compromisso com a saúde da população e intensifica as orientações sobre o tema, com destaque para o dia 27, data oficial da campanha.

A médica cirurgiã de cabeça e pescoço, Camila Aguiar Akamine, explica que esse tipo de câncer representa um desafio crescente para a saúde pública. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 900 mil novos casos são registrados anualmente no mundo, resultando em aproximadamente 470 mil mortes por ano. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de cavidade oral é o quinto mais frequente entre os homens, com cerca de 11.200 novos casos anuais, enquanto o câncer de laringe ocupa o oitavo lugar, com quase 7 mil casos por ano. Além dos números expressivos, grande parte desses tumores ainda é diagnosticada em estágios avançados”, conta.

O câncer de cabeça e pescoço pode afetar diversas regiões, como a cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, laringe, fossas nasais, glândulas salivares e a pele da face e do pescoço. Os sintomas costumam incluir feridas na boca que não cicatrizam, rouquidão persistente, dor ou dificuldade para engolir, nódulos no pescoço, mau hálito contínuo, dor de ouvido unilateral, sangramentos pela boca ou nariz e sensação de corpo estranho na garganta. São sinais que, muitas vezes, passam despercebidos ou são tratados como problemas menores, atrasando o diagnóstico.

Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), a má higiene bucal, o uso de próteses mal ajustadas e a exposição solar intensa, especialmente no caso de tumores de pele do rosto e lábios. Quando associados, tabaco e álcool continuam sendo os grandes vilões, aumentando significativamente o risco da doença. Nos últimos anos, no entanto, o HPV tem se tornado uma causa cada vez mais frequente, sobretudo entre jovens, não fumantes e sexualmente ativos, o que reforça a importância da vacinação como forma de prevenção.

“O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura, que podem ultrapassar 90% nos casos identificados em estágios iniciais. Para isso, é preciso atenção aos sintomas e busca por atendimento médico especializado, com realização de exames clínicos, de imagem, como tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética e, quando necessário, biópsias. A prevenção também envolve o abandono do cigarro e do álcool, a vacinação contra o HPV a partir dos 9 anos de idade, o uso de protetor solar, uma higiene bucal adequada e visitas regulares ao dentista”, ressalta a Dra. Camila Aguiar.

O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, em alguns casos, imunoterapia. Como muitas das regiões afetadas estão diretamente ligadas a funções como fala, respiração e deglutição, o impacto funcional pode ser significativo, exigindo suporte multiprofissional desde o início do tratamento.

Historicamente, os pacientes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço eram, em sua maioria, homens acima dos 50 anos, fumantes e consumidores frequentes de álcool. Esse perfil tem mudado com o aumento dos casos relacionados ao HPV, ampliando o número de pacientes jovens e não tabagistas. Diante disso, a orientação é clara: qualquer pessoa com fatores de risco ou sintomas persistentes por mais de duas a três semanas deve procurar um especialista, pois o tempo é um fator decisivo para o sucesso do tratamento.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
Comentários:

Veja também