Pirajuí Rádio Clube FM

Regional

Liminar impede fechamento de agência bancária durante 8 meses

Grupo de moradores realizou protesto pedindo a permanência do banco, que anunciou o encerramento das suas atividades nesta sexta-feira (19), a partir das 12h

Liminar impede fechamento de agência bancária durante 8 meses
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Boraceia - Liminar concedida pela Justiça de Pederneiras, nesta quinta-feira (18), nos autos de ação civil pública ajuizada pela Prefeitura de Boraceia impede o fechamento da agência bancária do Bradesco - a única existente na cidade - durante os próximos oito meses, sob pena de multa diária no valor de R$ 20 mil. Pela manhã, um grupo de moradores, juntamente com o prefeito Marcos Vinício Bilancieri, realizou um protesto pedindo a permanência do banco, que anunciou o encerramento de suas atividades nesta sexta-feira (19), a partir das 12h.

Na ação civil, o procurador do município Gabriel Devidis de Souza e o coordenador jurídico Rui Fernando Braga Alves alegaram que o fechamento da agência "causará dano grave e iminente à coletividade e aos consumidores locais, visto que a população, composta em grande parte por idosos, aposentados e servidores públicos, depende diretamente dos serviços presenciais para recebimento de seus proventos e para realização de operações bancárias essenciais".

Eles também argumentaram que não existe transporte público regular que viabilize o deslocamento dos munícipes a outras cidades e apontaram o impacto negativo que a medida trará à economia local. Nos autos, o município pleiteava prazo de 12 meses de impedimento para o fechamento da instituição bancária. O pedido de liminar foi acatado parcialmente, com fixação de prazo de oito meses para que o Bradesco encerre as atividades de sua agência em Boraceia.

Na decisão, o juiz Vitor Marcon Assumpção Vieira reconhece o direito constitucional da instituição financeira à livre iniciativa, que lhe assegura a liberdade de organização e de gestão de seus negócios, mas pondera que esse princípio não pode ser exercido de forma absoluta "a ponto de aniquilar a função social que lhe é inerente e de vulnerar a dignidade de toda uma coletividade que depende de seus serviços" por meio da interrupção abrupta do único serviço bancário local.

Ele cita os prejuízos da decisão, sobretudo à população idosa, explicando que esse grupo possui uma maior dificuldade com os meios digitais e depende do atendimento humano. Também justifica que o prazo de oito meses para a transição é suficiente para que "o município possa diligenciar na busca de outra instituição (pública ou privada) interessada em se instalar na cidade, e para que os cidadãos e comerciantes possam, de forma programada, adaptar suas vidas financeiras, sem impor ao réu um ônus temporal excessivo".

Resposta

Por meio de nota, o Bradesco informou que "não comenta casos sub judice". Pouco antes de ser questionado sobre a liminar, o banco revelou, também em nota, que tem promovido algumas mudanças em seu modelo de atendimento, transformando parte de suas agências em unidades de negócio.

"Este é um processo que vem sendo adotado há algum tempo, visto que atualmente 98% do total de operações feitas pelos clientes do banco acontecem por meio dos canais digitais. Dentro desse processo, algumas agências passam por uma adequação do seu tamanho físico e outras por uma unificação", afirmou.

No caso de Boraceia, segundo a instituição financeira, as contas dos clientes serão direcionadas para a agência 0061/Bariri, localizada na avenida 15 de Novembro, 609, a cerca de 17 quilômetros.

"Clientes da região continuam tendo acesso aos principais serviços bancários através das unidades do Bradesco Expresso, rede de correspondentes bancários do banco disponíveis em estabelecimentos comerciais e que funcionam em horário ampliado ao das agências, além dos canais digitais do Bradesco, pelo aplicativo e internet banking", completou.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
Comentários:

Veja também