Uma operação conjunta das polícias Civil e Federal, além da Promotoria e da Procuradoria do Rio de Janeiro, prendeu nesta quarta-feira (3) o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB). Ele é suspeito de usar a administração pública para auxiliar o Comando Vermelho, acessando informações sigilosas.
A Polícia Civil disse haver "provas robustas" de que TH, além de usar o mandato para favorecer a facção, intermediava compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones que eram enviados ao Complexo do Alemão.
TH Joias foi preso em um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A operação prendeu outras duas pessoas.
Assessores do deputado estadual foram procurados pela reportagem por mensagem e ligação na manhã desta quarta (3), mas não responderam até a publicação deste texto. O parlamentar não respondeu à tentativa de contato via redes sociais.
O presidente estadual do MDB, Washington Reis, afirmou que o partido decidiu expulsar o parlamentar. "TH, que já não seguia a orientação partidária em seus posicionamentos e votações na Assembleia Legislativa do Rio, não fará mais parte dos nossos quadros", disse por mensagem.
TH Joias já havia sido preso em 2017. À época, a investigação da Polícia Civil apontou que a joalheria de TH era usada para lavagem de dinheiro de outra facção, o TCP (Terceiro Comando Puro).
Antes de ser empossado como deputado, em 2024, TH Joias era conhecido por fazer design personalizado de joias para celebridades, como artistas e jogadores de futebol.
Duas operações simultâneas são realizadas nesta quarta: a operação Bandeirantes, com investigações da Polícia Civil e da Promotoria, conseguiu expedir mandados de prisão através da Justiça estadual. A operação Zargun, da Polícia Federal, teve mandados expedidos pela Justiça Federal. Ambas miram suspeitos de envolvimento com o Comando Vermelho.
A Justiça determinou afastamento de agentes públicos suspeitos na investigação e a suspensão de atividades de empresas usadas, supostamente, para lavagem de dinheiro. Os demais investigados não tiveram os nomes revelados, mas entre eles estão um delegado da Polícia Federal, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual.
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