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Caso Ultrafarma amplia lista de desgastes de Tarcísio de Freitas

Tarcísio de Freitas tenta se distanciar das críticas recebidas no último mês por sua reação inicial ao tarifaço imposto por Donald Trump

Caso Ultrafarma amplia lista de desgastes de Tarcísio de Freitas
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A revelação de um esquema de corrupção na Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo, que pode ter movimentado R$ 1 bilhão em propinas, deu nova munição à oposição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pressionou o governo a dar respostas à crise.

Tarcísio não fez comentários sobre o tema e, desde que a operação foi deflagrada, nesta terça-feira (12), não se submeteu a nenhuma entrevista coletiva em que pudesse ser questionado sobre o assunto.

O governador tenta se distanciar das críticas recebidas no último mês por sua reação inicial ao tarifaço imposto por Donald Trump, quando tentou intermediar uma negociação entre Jair Bolsonaro (PL) e o STF (Supremo Tribunal Federal) e demorou a condenar os impactos econômicos das ações de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente.

O volume de propina apurado pelos investigadores é o maior de seu governo e o caso envolve ao menos um servidor com cargo de chefia, o supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da secretaria, Artur Gomes da Silva Neto. Quando assumiu, Tarcísio reestruturou a Controladoria-Geral do Estado (GCE) e havia lançado um programa chamado "radar anticorrupção", para prevenir desvios.

Embora o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) não tenha indícios de que agentes da gestão Tarcísio tenham auxiliado os auditores fiscais suspeitos de operar o esquema ilegal de concessão de créditos, tributários para empresários como Sidney Oliveira, da Ultrafarma, o governo terá de prestar auxílio aos investigadores do caso para que o cálculo do prejuízo aos cofres públicos seja executado.

O secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, esteve na sede do MP-SP no dia da operação.

Segundo relatos colhidos pela reportagem, ele se mostrou impressionado com os valores movimentados pelo grupo e lembrou aos promotores do caso que não é da área tributária -Kinoshita é economista e mestre em estatística.

Os promotores do caso observam agora qual será o comportamento do governo, segundo apurou a reportagem, porque precisam de uma participação ativa da gestão Tarcísio para o andamento das investigações.

O esquema descoberto pelo MP-SP tinha duas frentes de ação. Na primeira, os servidores suspeitos de corrupção agiriam para acelerar a emissão de créditos tributários a que empresas tinham direito -e, nessa frente, não havia prejuízo aos cofres públicos.

Além de prestar contas aos promotores, o governo terá de lidar com a tentativa das bancadas do PT e do PSOL, de oposição, de criar desdobramentos para o escândalo na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Ambos os partidos cobram da Secretaria da Fazenda e do próprio Kinoshita informações sobre o esquema e medidas de prevenção e combate à corrupção.

Já nesta terça, dia da operação, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) pediu, por meio de um ofício, a rescisão do contrato de naming rights do Metrô com a estação Saúde-Ultrafarma, na linha 1-Azul.

Giannazi também solicitou a convocação de Kinoshita, pela Comissão de Finanças, para que forneça mais detalhes sobre quais empresas sonegam ao fisco. Paulo Fiorilo (PT) enviou um requerimento de informação para que o secretário responda se tinha conhecimento das irregularidades e quais medidas a pasta adotará para tentar coibir novas práticas.

A deputada Ediane Maria (PSOL) enviou um ofício ao MP-SP, na quarta-feira (13), pedindo que o órgão apure se houve algum tipo de irregularidade no processo de aquisição dos naming rights da estação do Metrô pela Ultrafarma.

No entanto, para o líder do governo Tarcísio na Alesp, o deputado Gilmaci Santos (Republicanos), a pressão dos deputados de oposição dificilmente será revertida em alguma medida contra o governo.

"Não vejo de que forma isso possa atingir o governo, o governador ou os secretários. É uma coisa isolada que não tem como atingi-los. Estamos muito tranquilos em relação a isso. É uma maneira da oposição desviar o foco de Brasília, do caso do INSS", disse Gilmaci.

Além disso, o tamanho das bancadas não é visto com potencial para travar qualquer projeto ou aprovar medidas contra Tarcísio, já que, juntos, PT e PSOL somam 23 cadeiras em uma casa legislativa de 94 deputados.

Além de prender Sidney Oliveira, a Operação Ícaro resultou na prisão do diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes; do supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da secretaria, Artur Gomes da Silva Neto; e do auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia.

Tarcísio, no entanto, não participou de entrevistas ou concedeu coletivas, nos últimos dias, que o permitissem algum questionamento sobre o escândalo. As agendas dele incluíram a participação em um seminário do BTG Pactual, no qual ele fez críticas diretas ao governo Lula (PT), e um jantar com empresários na casa do cantor Latino, na quarta-feira (13).

"Quanta honra poder receber o nosso (quem sabe) futuro presidente e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas", escreveu Latino no Instagram.

Presente no encontro, o empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, agradeceu a Latino, na rede social, "pela oportunidade de estar com o nosso futuro presidente".

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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