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Brasil tem menos insegurança alimentar; 24% ainda passam fome

Pesquisa americana diz que Brasil pode tomar medidas com relação ao desperdício para alimentar mais pessoas que lidam com a insegurança alimentar.

Brasil tem menos insegurança alimentar; 24% ainda passam fome
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Mesmo com avanços, um em cada quatro lares brasileiros enfrenta algum grau de insegurança alimentar. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, 24,2% das famílias ainda relatam dificuldades para ter acesso regular a alimentos, mas o país atingiu, em 2024, o menor patamar de insegurança alimentar desde o início da série histórica.

O levantamento, feito por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), mostra que dois milhões de pessoas saíram da situação de fome num ano. Em termos gerais, 8,8 milhões passaram a ter acesso regular à alimentação.

A parcela de lares em situação de fome caiu de 4,1% em 2023 para 3,2% em 2024: uma redução cosniderada expressiva no período de dois anos. “Em 2025, o Brasil celebra duas conquistas históricas: a saída do Mapa da Fome e a redução da insegurança alimentar grave ao menor nível da série histórica do IBGE”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

Ele destacou que a conquista levou dez anos para ser alcançada entre 2003 e 2013, mas foi reconquistada em apenas dois anos. “Precisou o presidente Lula voltar para reconstruir o país e melhorar a vida do povo”, disse.

Mais famílias com segurança alimentar

A pesquisa mostra que o percentual de domicílios com segurança alimentar aumentou de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024. Segundo a secretária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity, os resultados confirmam que a fome está diminuindo rapidamente no Brasil.

Ela também lembrou que, em julho, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) retirou o país do Mapa da Fome, já que o índice de subalimentação caiu para menos de 2,5% da população.

Burity destacou o impacto do Plano Brasil Sem Fome, criado em 2023, que reúne 80 ações e mais de 100 metas. O programa prevê aumento da renda para compra de alimentos, fortalecimento das políticas sociais, incentivo à produção de alimentos saudáveis e mobilização de governos e sociedade para erradicar a fome.

Desigualdades persistem

Apesar dos avanços, a fome ainda tem rosto, gênero e cor. O levantamento aponta que três em cada cinco lares em insegurança alimentar são chefiados por mulheres, e mais da metade (54,7%) têm pessoas pardas como responsáveis. Entre os domicílios em insegurança grave, essa proporção sobe para 56,9%, mais que o dobro dos chefiados por brancos.

A vulnerabilidade também é maior entre famílias com menor escolaridade: 65,7% dos responsáveis por domicílios em insegurança grave têm até o ensino fundamental completo. Entre as famílias seguras, quase dois terços (64,9%) têm responsáveis com ensino médio incompleto ou mais.

A pesquisa também mostra que a fome atinge mais as famílias de baixa renda: 66,1% dos lares com renda de até um salário mínimo per capita vivem algum grau de insegurança alimentar, e esse índice sobe para 71,9% quando o problema é moderado ou grave.

 

Queda em todos os níveis

Entre 2023 e 2024, todos os graus de insegurança alimentar recuaram:

Leve: de 18,2% para 16,4%;

Moderada: de 5,3% para 4,5%;

No total, 2,2 milhões de lares saíram da insegurança alimentar em um ano, marcando um avanço histórico, ainda que o desafio de garantir comida no prato para todos esteja longe de acabar.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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