Dados do Panorama do Câncer de Mama revelam que o Brasil possui menos de 24% de cobertura mamográfica, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O estudo também aponta disparidades raciais significativas: 44% das mulheres pretas e pardas recebem diagnóstico tardio, contra 36% das brancas. Especialistas alertam para a necessidade de melhorar o acesso e a conscientização sobre a importância do rastreamento.
A professora Maria Del Pilar Estevez, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), explica que diversos fatores contribuem para a baixa adesão aos exames preventivos.
A médica mastologista Bruna Salani Mota, também do Icesp, explica que a prevenção do câncer de mama deve ser abordada em duas dimensões complementares.
A prevenção primária consiste em adotar hábitos que reduzam os fatores de risco, como manter um peso adequado (especialmente após a menopausa), praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, limitar o consumo de álcool a no máximo três doses semanais e evitar totalmente o tabagismo.
Segundo estudos, essas mudanças no estilo de vida podem diminuir em até 30% as chances de desenvolver a doença. Já a prevenção secundária, igualmente crucial, envolve o rastreamento sistemático por meio de mamografias anuais a partir dos 40 anos para a população em geral, com início mais precoce para mulheres que apresentem histórico familiar significativo ou mutações genéticas conhecidas que aumentem o risco.
Muitas mulheres enfrentam dificuldades logísticas, como a distância dos serviços de saúde e horários incompatíveis com suas rotinas, o que contribui para baixa adesão, além da falta de conscientização sobre a importância da mamografia.
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