Familiares de pessoas mortas na Operação Contenção e moradores dos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, realizaram na tarde desta sexta-feira (31) uma manifestação contra a ação mais letal da história do país, que terminou com 121 mortos na última terça.
O ato, batizado de Chega de Massacre, pediu justiça pelas mortes e o fim da violência contra a população negra e periférica. A manifestação transcorreu de forma pacífica e foi acompanhada por agentes da Polícia Militar.
A concentração começou por volta das 13h no Campo da Ordem, na Penha, e mesmo sob chuva reuniu moradores, ativistas e políticos. Além de uma multidão que seguia a pé, uma carreata de kombis e motociclistas vestidos de branco percorreram ruas da região em homenagem aos mortos.
O ato foi organizado por movimentos sociais e coletivos ligados à pauta antirracista, como a Coalizão Negra por Direitos, Mulheres Negras Decidem, Instituto Papo Reto, Raízes em Movimento, Voz das Comunidades e Frente Penha.
Entre as figuras políticas, participaram os deputados federais Pastor Henrique Vieira, Glauber Braga e Tarcísio Motta, e a vereadora Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, todos do PSOL.
O protesto no Rio deu origem a uma série de manifestações em diversas capitais brasileiras. Houve atos em São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e outras cidades.
Os organizadores classificaram a operação como "uma expressão da violência estatal contra populações negras e periféricas" e cobraram investigações, responsabilização dos envolvidos e mudanças na política de segurança pública.
A convocatória pedia que os manifestantes vestissem branco e levassem velas em memória das vítimas.
Comentários: