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A ORIGEM DE EXPRESSÕES FUTEBOLÍSTICAS
Cartola
Antigamente, o futebol era um esporte aristocrático. Os uniformes dos jogadores tinham até gravata, e alguns dirigentes usavam cartola. Com o tempo, o termo ganhou conotação pejorativa, passando a classificar dirigentes de entidades esportivas que se aproveitam de sua posição em benefício próprio. O cartola mais folclórico talvez seja Vicente Matheus, presidente do Corinthians durante 8 mandatos e autor de frases célebres como “Quem está na chuva é para se queimar” e “O Sócrates é invendável e imprestável”.
Corneteiro
Torcedor ou dirigente que tenta influenciar na escalação ou na política do clube, espalhando boatos, comentários, principalmente críticas. O nome vem de “boi-corneta”, um boi que, com seus mugidos, consegue reunir parte do rebanho em volta de si. Quem teve uma conturbada relação com os corneteiros foi Luiz Felipe Scolari (foto) em sua primeira passagem pelo Palmeiras, que apelidou o grupo de “Turma do Amendoim”.
Craque
No turfe, os ingleses chamavam o melhor cavalo no páreo de crack horse. O futebol copiou o termo e passou a designar de crack os melhores jogadores de um time. A palavra foi aportuguesada para “craque”. Sem dúvida alguma, era o termo que melhor definia os jogadores da Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970.
Frango
A origem da palavra “frango” para se referir a uma falha do goleiro não está registrada, mas desconfia-se que a explicação mais coerente seja a de que, ao escapar das mãos do goleiro, a bola parece estar “viva”, como se imitasse o baile que um frango no galinheiro costuma dar em quem tenta capturá-lo.
Lanterna
Por que o último colocado de uma competição é chamado de lanterna? Vou explicar. O termo nasceu em 1903, na primeira edição da mais importante prova ciclística do mundo, a Tour de France. O último colocado passou a ser chamado de “Lanterne Rouge” (lanterna vermelha). Os organizadores da prova até prestavam uma homenagem a esse último colocado. “Lanterne Rouge” foi um termo tirado do transporte ferroviário, muito popular no final do século XIX e no início do século XX. O último vagão do trem levava uma luz vermelha para mostrar que era de fato a última composição, que nenhuma tinha se desprendido. Do francês, a expressão começou a ser usada em outras línguas. No Brasil, a expressão foi encurtada e o lanterna vermelha virou apenas lanterna.
Mesa-redonda
O lendário rei Arthur, que viveu no século VI, não jogava futebol, até porque o esporte não havia sido inventado ainda. Mesmo assim, ele é o responsável pelo nome que se dá aos programas de debate sobre futebol que tomam conta das emissoras brasileiras de televisão nas noites de domingo. O termo é uma tradução do inglês “round table”. Arthur mandou construir para seus amigos e cavaleiros uma mesa redonda para mostrar que considerava todos iguais. Lá, os cavaleiros da Távola Redonda comiam juntos e se reuniam, sem que houvesse lugar de honra nem mesmo para o monarca. A expressão “mesa-redonda” pode ser usada para qualquer tipo de discussão, não apenas de futebol.
Olé
Expressão com que a torcida comemora uma sequência de toques do seu time na bola sem que o adversário consiga recuperá-la. Típica das touradas, foi adaptada para o futebol no México, onde os torcedores a empregavam para ovacionar os dribles de Garrinha durante a temporada que o Botafogo fez no país em 1958. Já o ex-craque Zito garante que o termo foi lançado pela primeira vez por torcedores peruanos saudando os toques de bola do Santos numa excursão que o time de Pelé fez no Peru na década de 1960. Qualquer que seja a versão verdadeira, é inegável que as homenagens foram merecidas.
Perna de pau
A expressão surgiu por causa de uma crônica do homem que dá nome ao Maracanã e irmão de Nelson Rodrigues, o jornalista Mário Filho. No texto em questão, publicado em “O Globo” no dia 21 de julho de 1944, ele escreveu: “A perna que não chutava dava uma impressão desagradável de coisa postiça. Para o homem da arquibancada, era de pau”.
Pó de arroz
Em 1916, época em que os negros não eram bem aceitos pelos torcedores, um jogador mulato do Fluminense chamado Carlos Alberto tentou driblar o preconceito. Antes de cada partida, ele passava grandes quantidades de pó de arroz no rosto, a fim de esconder a cor de sua pele. Com o suor provocado pelo sol forte, a substância derretia, a verdade vinha à tona e a torcida começava a gritar: “Pó de arroz, pó de arroz”. Assim nasceu o apelido da torcida tricolor.
Virar a casaca
Destinada a quem troca de time, sua origem está ligada a Carlos Manuel III de Savoia (1701-73), rei da Sardenha. Ameaçado ora pela Espanha, ora pela França, o monarca via-se obrigado a trocar as cores de sua casaca de acordo com as cores de seu aliado do momento. A estratégia deu certo e ele permaneceu 43 anos no poder, marca de fazer inveja a muito político por aí. No futebol, o mais famoso exemplo deste comportamento foi Luís Figo, que se transferiu do Barcelona para o arquirrival Real Madrid, em 2000.
W.O.
É uma abreviação da palavra em inglês “walkover”, que significa alguma coisa que foi conseguida fácil, sem nenhum esforço. Quando, numa partida esportiva, um dos times não aparece, ou não tem representantes suficientes para disputá-la, o adversário vence automaticamente. A vitória conseguida sem que os times tenham jogado é conhecida por esta sigla.
Por hoje é só, amigos e amigas! Até a próxima!
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