Em depoimento no plenário do Tribunal do Júri realizado nesta quinta-feira (9), no Fórum de Bauru, o ex-presidente da Apae Roberto Franceschetti Filho, réu pelo assassinato e ocultação do corpo da ex-secretária da entidade Claudia Lobo, disse acreditar que ela está viva e que tenha desaparecido por conta de supostas dívidas contraídas com agiotas, além de ameaças sofridas. O julgamento, suspenso no início da noite, será retomado nesta sexta-feira (10), às 9h.
Franceschetti Filho alegou que, no dia 6 de agosto de 2024, quando Claudia Lobo foi vista pela última vez, participou de reunião com ela no início da tarde e, na sequência, aceitou convite para acompanhá-la até a região da Quinta da Bela Olinda, onde ela faria um pagamento a um agiota no valor de R$ 40 mil, dinheiro que, de acordo com ele, estaria no envelope que ela carregava.
O ex-presidente da Apae afirma que Claudia o buscou em uma concessionária, com a Spin da entidade, e que ela estava acompanhada de Dilomar Batista, funcionário do almoxarifado e também réu na ação por ocultação de cadáver e fraude processual. Segundo Franceschetti, a ex-secretária disse que chamou Dilomar porque ele a havia acompanhado nos meses de junho e julho.
Franceschetti declara que, no mesmo dia, retornou ao escritório para entregar um celular que havia chegado a uma funcionária, despachou documentos, passou na casa de familiares e fez compras em um mercado. Para justificar o uso de um cartão bancário no seu nome para abastecer a Spin da Apae no final da tarde do mesmo dia, em um posto na Vila Dutra, alegou que o havia emprestado à ex-secretária, uma prática que, segundo ele, seria comum.
Nesta sexta-feira, ocorrem os debates orais entre promotoria e defesas. Por envolver mais de um réu, cada parte terá duas horas e meia para apresentar seus argumentos. O promotor inicia os debates e, na sequência, as defesas dividem o tempo disponível. Ao fim, o MP poderá utilizar réplica por mais duas horas, com direito a tréplica dos advogados por igual período.
O objetivo do embate entre acusação e defesa é permitir que os sete jurados – via de regra, pessoas leigas no direito – possam formar convicção clara e embasada para proferir seus votos. O julgamento é suspenso para a votação dos jurados, que é secreta. Eles deverão deliberar sobre três quesitos obrigatórios: se o crime ocorreu, se os acusados são autores ou participantes do crime e se eles devem ser absolvidos.
Em seguida, deverão decidir sobre outros questionamentos, como fatos que podem diminuir ou aumentar as penas. Ao fim, a sessão é retomada e o juiz lê as sentenças. Em caso de condenação, o magistrado definirá a quantidade de pena a ser aplicada, a chamada dosimetria.
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