A psiquiatra brasiliense Laura Campos, de 34 anos, revelou que há quatro anos é perseguida por um ex-paciente que criou na cabeça um relacionamento amoroso com ela. O homem enviou presentes como óculos escuros e roupas de motoqueiro “para que os dois fizessem par, como um casal”.
“Quatro anos depois, decidi contar. Porque as perseguições voltaram. Porque, mesmo com ordem judicial, internações e medidas protetivas, ele continua. Eu nunca falei disso na internet, mas falar pode proteger outras mulheres. Não é sobre mim. É sobre o silêncio que tantas de nós engolem. É sobre como a justiça ainda falha com quem mais precisa”, escreveu a médica em redes sociais, onde seu relato já soma mais de 1 milhão de visualizações.
Em 2024, o Brasil registrou mais de 95 mil casos de stalking contra mulheres, o que equivale a cerca de 10 vítimas por hora, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Esse número representa aumento de 18% em relação ao ano anterior.
O que é stalkear e como a lei trata
Stalkear é perseguir alguém insistentemente, seja presencialmente ou online, monitorando, enviando mensagens ou forçando contato. No Brasil, isso configura crime de perseguição (artigo 147-A do Código Penal), com pena de seis meses a dois anos de prisão, além de multa, podendo aumentar em casos de violência de gênero ou reincidência.
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