A operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (7) em Bauru e em vários outros municípios do País culminou na prisão temporária de Luciano Lopes Pastor, presidente da Associação Mahatma Ghandi, responsável pela gestão de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Bauru.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos pela 2.ª Vara Criminal de Catanduva. Segundo o Ministério Público, a operação um esquema milionário de desvios recursos públicos a partir de transações que, somadas, superam R$ 1,6 bilhão. O JCNET localizou a defesa de Pastor e tenta contato com ela.
O presidente da OS foi preso na manhã desta quinta-feira e, segundo boletim de ocorrência ao qual o JCNET teve acesso, não ofereceu resistência. Com ele foram apreendidas duas pistolas de calibre restrito, munições e projéteis, todos "sem a devida documentação" de acordo com o boletim de ocorrência. Ele foi conduzido à delegacia sem algemas.
Com relação à operação em si, Belotti disse ao JC que ainda não se inteirou do teor das investigações e que a OS enfrentava problemas financeiros em razão de bloqueios nos repasses de prefeituras no estado do Rio de Janeiro.
O impasse, disse o advogado, se deve em grande parte ao fato de que a Mahatma Gandhi vinha sofrendo penhoras de verbas relacionadas a convênios de outros municípios por parte da Justiça do Trabalho. "Luciano já prestou outros depoimentos à Polícia Federal e não tem nada a esconder", disse Belotti, ao negar quaisquer irregularidades em torno de Pastor.
Mais cedo, a Prefeitura de Bauru afirmou em nota à imprensa que está "à disposição para colaborar com as autoridades competentes e que já realiza os levantamentos internos necessários, mantendo contato com o Ministério Público para fornecer todas as informações e esclarecimentos que forem solicitados".
"É importante ressaltar que o município não é alvo direto da operação, mas reitera seu compromisso com a transparência, com a legalidade dos processos e com a qualidade dos serviços prestados à população", destaca nota enviada pela assessoria de imprensa.
Além de Bauru, foram expedidos mais de uma centena de mandados, entre eles 12 de prisão temporária e outros para afastamento da entidade, busca e apreensão e indisponibilidade de bens para cumprimento nos municípios paulistas de Catanduva, Arujá, Carapicuíba, Piracicaba, Viradouro, além de Rio de Janeiro (RJ), Maricá (RJ), Alfredo Chaves (ES), Palhoça (SC), Itapoá (SC), Mafra (SC) e São José (SC).
Segundo o MP, “ficou demonstrado que a organização criminosa criou uma espécie de departamento extraoficial para múltiplas finalidades, entre elas realizar contabilidade paralela e viabilizar pagamentos e benefícios indevidos com o intuito de ampliar o lobby e conseguir contratos de gestão e seus respectivos financiamentos públicos. A obtenção de recursos permitia o aumento do lucro dos responsáveis pelo esquema, pois possibilitava a instalação das respectivas empresas na execução dos convênios”.
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